Maridos, amai vossas mulheres,
como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela.
Efésios 5.25
A alguns meses atrás, eu conversei com um amigo que tentava ajudar uma irmã na fé que congrega em sua igreja no interior da Bahia. A irmã vinha sendo vítima de violência doméstica por parte de seu cônjuge, “evangélico fervoroso” segundo relata. O referido “crente de fogo” agredia a irmã psicológica e fisicamente deixando marcas no corpo, e abatendo sua autoestima. O motivo da agressão, a irmã mudou de denominação. A referida irmã buscou orientação com o pastor, pois segundo ela, não pretendia separar, porque Deus abomina o divorcio, porém, não se sentia mais segura ao lado do esposo.
O QUE FAZER?
O QUE FAZER?
Caso como esse não é raro no meio evangélico, pois há uma verdadeira confusão generalizada sobre a soteriologia bíblica, e muitos ainda atribuem a salvação conquistada por Cristo na cruz, à permanência e assiduidade a determinada denominação cristão/evangélica.
A salvação não é monopólio de nenhuma denominação cristã. Não podemos ver uma denominação de ideologia cristã, da mesma forma que vemos uma concessionária de veículos que detém o monopólio sobre sua marca. A Salvação conquistada por Cristo traspassa barreiras denominacionais, derruba paredes do preconceito humano e alcança pessoas de todos os povos língua tribos e nações.
Muitos líderes se preocupam apenas em manter ocupados os assentos da denominação que presidem, considerando desviados, e indignos de salvação, a todos os que discordem de algo relacionado à administração ou à liturgia adotada. Disseminam o terror e incentivam o preconceito contra os que abandonarem tal denominação, sem, contudo, perder a genuína fé.
Em se tratando de casos como o supracitado, pode ser resultado de uma cultura machista, que tenta demonstrar a posição de superioridade do varão. Atos dessa natureza não tem relação direta com a fé, entretanto, pode ser alimentada por uma interpretação machista e pré-histórica, que incentiva a relação não por amor, mas pelo desejo de domínio e controle que os varões exercem dentro da relação.
A violência doméstica e de gênero, se dá no contexto cristão/evangélico, como reflexo da desigualdade patente que existe entre homens e mulheres em nossa cultura, há uma espécie de superioridade masculina em relação à feminina, e essa mesma relação injusta e hierárquica tem reflexo no cenário domestico, inclusive no meio evangélico onde a violência passa a ser, com base nesses parâmetros, e em textos bíblicos mal interpretados, um recurso masculino para manter a mulher em sua posição de submissão e domínio.
Essa realidade pode ser constatada na maioria dos vídeos evangélicos que tratam da temática dos problemas do casal, pois sempre mostram a mulher em posição de domínio e timidez diante do seu senhor “o homem”. Tais vídeos têm pontos de semelhança:
- A mulher é traída e ora pedindo a Deus que mude o esposo e o ambiente de traição.
- O esposo trata a mulher com grosseria e desrespeito e a mulher se mantêm passiva tentando agradá-lo por medo, ou receio de separação.
- Tem cenas de esposo agredindo a mulher que, como boa cristã deve suportar e orar para que Deus traga solução.
- A mulher não é a companheira que a Bíblia sugere, mas a empregada que atende aos desejos hipócritas do varão.
- E sempre a mulher que busca solução para o caso na vida piedosa e cheia de fé e devoção.
- Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas.
- De modo que aquele que se opõe à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos condenação.
- Porque os magistrados não são para temor, quando se faz o bem, e sim quando se faz o mal. Queres tu não temer a autoridade? Faze o bem e terás louvor dela,
- visto que a autoridade é ministro de Deus para teu bem. Entretanto, se fizeres o mal, teme; porque não é sem motivo que ela traz a espada; pois é ministro de Deus, vingador, para castigar o que pratica o mal.
- É necessário que lhe estejais sujeitos, não somente por causa do temor da punição, mas também por dever de consciência. ROMANOS 13. 1- 5
Maridos, vós, igualmente, vivei a vida comum do lar, com discernimento; e, tendo consideração para com a vossa mulher como parte mais frágil, tratai-a com dignidade, porque sois, juntamente, herdeiros da mesma graça de vida, para que não se interrompam as vossas orações.
1° Pedro 3.7
Muitas mulheres piedosas passam diariamente a fazer parte das estatísticas da Violência Doméstica, e sofrem caladas em nome da fé e do bom testemunho cristão, simplesmente por omissão, e as vezes, falta de preparo de alguns lideres eclesiásticos quanto ao cumprimento de seu dever de ensinar a genuína mensagem do Evangelho, em vez de propagar o terror.
PARE DE SOFRER!
Não há necessidade de pagamento!
As campanhas de oração tem o seu valor e eficácia, mas dentro da palavra ORAÇÃO está a palavra AÇÃO que sugere a mudança da atitude passiva para atitude ativa.
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