T.S. - Apologética

TEOLOGIA SISTEMÁTICA

Apologética


A Veracidade da Fé Cristã


I. Noé e o Dilúvio
Quanto mais os sábios multiplicam suas descobertas, mais confirmadas ficam as verdades eternas registradas na Bíblia Sagrada.
Os nomes de Noé, Josué e Jonas estão ligados a três importantes eventos na história da raça humana, em ordem decrescente na sua abrangência: a humanidade toda, uma nação, uma cidade. Noé relaciona-se com a perpetuação da raça humana; Josué com a sobrevivência de Israel, e Jonas com a salvação dos ninivitas.
Em cada um desses eventos há marcantes intervenções divinas, destacando-se, no primeiro, o dilúvio; no segundo, o prolongamento do dia, e no terceiro, o profeta vive três dias e três noites no ventre de um animal marinho.
Esses milagres estão narrados na Bíblia com toda a simplicidade própria da Palavra de Deus. Mas não são esses milagres contestados por muita gente importante?
A Bíblia, caro leitor, é um livro de milagres, um livro inspirado por um Deus de milagres. Por isso suas páginas estão cheias de milagres, todos extraordinários, milagres que ainda hoje continuam ocorrendo, agora mesmo, enquanto você estuda este módulo.
Mas a razão de havermos escolhido tais fatos é porque eles constituem o principal argumento de muitos supostos eruditos contra a infalibilidade da Escritura Sagrada. Considere que afirma o apóstolo São Paulo: “depois de terem conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, ou deram graças: Antes se desvaneceram nos seus pensamentos e se obscureceu o seu coração insensato. Porque atribuindo-se o nome de sábios, se tornaram estultos” (Rm 1.21,22).
1. O Dilúvio.
O explorador norte-americano John Liibi, acompanhado de auxiliares, escalou em 1954 o monte Ararat, que se ergue a 5.695 metros junto às fronteiras da Turquia, do Irã e da ex-União Soviética. Seu objetivo: localizar a arca de Noé. Em seu impressionante relatório, Liibi disse que a expedição, apesar dos muitos obstáculos que enfrentou, foi altamente compensadora, pois ele teve a arca diante de seus olhos e a uma distância de apenas 60 metros, encravada na vertente sudoeste do setor turco da montanha, parcialmente soterrada e coberta de gelo.
São muitos os testemunhos acerca da existência, nos cumes gelados do Ararat, de algo semelhante, pelo aspecto, a um grande navio. Em 1917, um piloto russo afirmou ter notado os restos de um estranho e enorme barco, justamente na região apontada por Liibi e outros exploradores como sendo o sítio da arca de Noé. O fato bíblico narrado nos capítulos 6 e 8 de Gênesis, outrora tão contestado por estudiosos e cientistas, vem sendo pouco a pouco aceito por todos, por serem muitas as evidências a seu favor.
1. De onde vieram as águas?
Dentre as muitas aparentes dificuldades apresentadas pela narrativa do Dilúvio destacam-se o seu caráter global e a grande quantidade de água, suficiente para cobrir todas as montanhas, até mesmo as mais elevadas, a fim de que o juízo divino atingisse toda a terra.
Afirma Gn 1.6-7, que no segundo dia da criação havia águas “debaixo da expansão” e águas “sobre a expansão”, sendo as de baixo as existentes na Terra, como os mares, lagos e rios. As águas por cima seria uma grande lente de gelo, que protegeria a Terra das prejudiciais radiações cósmicas.
Foram estas águas “sobre a expansão” que caíram durante quarenta dias e noites, alterando profundamente o sistema aerotelúrico e provocando o desaparecimento dos grandes répteis antediluvianos. Quanto à possibilidade dessas águas cobrirem os mais altos montes, informam os cientistas que a altitude mediana da superfície da Terra é de apenas 800 metros acima do nível do mar, enquanto a profundidade média de todos os oceanos é de quatro mil metros, sendo a terra, portanto, um planeta aquoso, com cerca de 71 por cento da sua superfície cobertos por águas.
Acrescente-se a esses dados a possibilidade da superfície da Terra, antigamente, ser bem menos acidentada que hoje. Assim não haveria, antes do Dilúvio, montanhas de oito mil metros, como o Himalaia, nem talvez, elevações como os Andes e os Alpes.
Para que o mundo pudesse abrigar os grandes animais, de que nos fala a História Natural, tinha de ser destituído de quaisquer montanhas altas capazes de formar barreiras físicas e climáticas. Se eliminássemos todas as irregularidades da superfície da terra, tanto acima como abaixo da água, de modo que não houvesse em parte alguma, depressões ou cavidades, não se veria terra alguma. O oceano cobriria o globo inteiro numa profundidade de aproximadamente 250 metros.
Quanto à possibilidade de se ocorrerem transformações topográficas, a História apresenta inúmeros exemplos. Em 27 de agosto de 1883, o vulcão Perbuatão, na ilha de Cracatoa, explodiu e fez afundar a maior parte da ilha, que tinha anteriormente uma área de 40 quilômetros quadrados. Em 1950, na Índia, um terremoto transformou a configuração de cordilheiras inteiras na região do Himalaia.


2. Prova da destruição repentina
Em várias partes do mundo, as escavações arqueológicas têm acumulado provas da existência de um grande Dilúvio global. A esse respeito registrou o colunista Dalton Ramos Maranhão em um periódico paulistano:
Veja-se, por exemplo, a existência de enormes cemitérios fósseis, encontrados pelo mundo todo. Quase sem exceção, a aparência é de que esses foram sepultados subitamente, porém não está acontecendo agora algo semelhante. É fato conhecido que os poucos peixes que morrem naturalmente são quase que imediatamente devorados por outras criaturas. Não se acumulam no fundo dos oceanos ou dos rios. No entanto, os leitos de peixes fósseis encontrados se estendem por quilômetros em todas as direções e contêm enterrados cardumes inteiros, aos milhões. Eles têm toda a indicação de terem sido enterrados vivos e com certa rapidez, em um grande cataclismo geral, abarcando o globo.
O mesmo se pode dizer dos grandes depósitos de répteis fossilizados em outras partes do mundo, como nas Montanhas Rochosas e Colinas Negras. Os admiráveis leitos de elefantes, na Sibéria, os leitos de cavalos, na França, os leitos de hipopótamos, na Sicília, e os acúmulos de organismos marinhos que provavelmente formam a maior parte dos depósitos estratificados do mundo, apontando para uma catástrofe mundial “na qual veio a perecer o mundo daquele tempo afogado em água” (2Pe 3.6). De nenhuma outra maneira pode ser explicada a súbita extinção dos dinossauros e dos grandes mamíferos do passado.
E os depósitos de elefantes ou mamutes da Sibéria? Literalmente, milhões desses animais foram sepultados nos atuais desertos daquela região e ilhas do Norte. Os cientistas afirmam que esses animais morreram afogados, embora se saiba que os elefantes são fortes nadadores e podem nadar por muito tempo. É o mesmo caso dos rinocerontes, que agora são tão estranhos na Sibéria como os elefantes. Evidentemente viviam naquela região, onde o clima era quente e a vegetação abundante, encontrada ainda nos estômagos dos animais fossilizados[1].

Referindo-se ao mesmo fenômeno dos milhares de animais encontrados no Alasca, disse o ilustre professor F. C. Hibben:
Há evidências de perturbações atmosféricas, de violência sem igual. Tanto mamutes como bisões foram dilacerados e torcidos como que por mãos cósmicas em fúria divina. Os animais foram simplesmente dilacerados e espalhados através da paisagem como se fossem palha e barbante, embora alguns deles pesassem várias toneladas[2].

Quanto mais são examinados os cemitérios fósseis, mais evidente se torna a historicidade do Dilúvio bíblico, que foi global e ocasionou uma mudança drástica no clima da Terra. Alguns dos milhões de animais encontrados no norte extremamente frio estão tão bem preservados que a carne, quando degelada, presta-se à alimentação, e isso após tantos milhares de anos! Tudo faz crer que tais animais pastavam tranqüilamente num clima quente quando foram atingidos por uma repentina catástrofe, pois nenhuma outra explicação satisfaz ao bom senso do pesquisador honesto. Nem a morte natural, nem o afogamento por meios comuns, nem a morte por doença. Resta, apenas, a narrativa bíblica.

3. As dimensões da arca.
A Bíblia descreve a Arca como uma enorme caixa flutuante, sem proa nem popa, pois se destinava apenas a flutuar sobre as águas. Media 300 côvados[3] de comprimento, 50 de largura e 30 de altura, o que corresponde, em metros, a aproximadamente 133m x 22m x 13m[4]. Tão grande que só recentemente se construiu navios maiores!
A Arca tinha três pisos: um inferior, um segundo e um terceiro. Mesmo destinando 2.830 metros cúbicos de espaço para armazenagem de víveres e alojamento de Noé e sua família, sobraram ainda 36.800 metros cúbicos de espaço útil, o que equivale à capacidade de lotação de 480 (quatrocentos e oitenta) vagões de gado, desses ainda hoje usados em nossas estradas de ferro!
Informam os cientistas que, das aproximadamente três mil espécies de animais classificadas pelos zoólogos, apenas cerca de trezentas incluem algumas que são maiores que o cavalo. Umas duas mil e duzentas espécies não são maiores que o coelho. Assim, Noé teve que cuidar de poucos animais grandes, uma vez que os animais marinhos ficaram fora da Arca.
Por outro lado, as espécies bíblicas introduzidas por Noé na arca não são as mesmas de hoje classificadas pelos cientistas, pois todos os tipos cruzáveis da família canina, por exemplo, podiam descender de um único par. Dentro desse critério, torna-se claro que a capacidade da Arca era mais que suficiente para abrigar todos os números representativos de cada “gênero” de animal terrestre.
Antônio Neves de Mesquita, após registrar várias expedições destinadas a localizar a Arca de Noé, pergunta: “Seria isso necessário à confirmação do fato histórico do Dilúvio?” E responde:
Certo que não. O fato está confirmado, não apenas pelo Gênesis, mas por todas as lendas e folclores das nações antigas. É um fato bem confirmado. Para corroborar estas informações, vem agora a Arqueologia dizer-nos que na Macedônia foi encontrada uma camada uniforme de areia, depois de uma de detritos e restos da última civilização caldaica e, por baixo desta, outra camada de uma civilização anterior, e bastante desenvolvida. Que camada seria esta? Que rio ou mar teria interferido entre a primeira civilização e a última? Os sábios não têm dúvida.
Essa camada representa a areia deixada pelo Dilúvio, que não inundou apenas toda a área, mas teria, naturalmente, produzido uma erosão tremenda no local, arrastando e arrasando elevações. Quando as águas diminuíram, ficou, então, no fundo, essa camada. Por cima dela foi constituída a civilização sumeriana e acadiana, como nos relata Gênesis no capítulo onze[5].

A Bíblia Sagrada, que faz inúmeras referências do Dilúvio, tanto no Antigo Testamento como em o Novo, afirma que o motivo dessa catástrofe foi o pecado (cf. Gn 6.5,12; Mt 24.37-39; 2Pe 3.3-7).


II. Josué e o dia perdido
Um dos motivos pelos quais Israel ocupou militarmente Canaã está registrado em Gn 15.16: “E a quarta geração voltará para cá, porque a medida da injustiça dos amorreus não está ainda cheia”.
Depois de atravessarem o Jordão sob a proteção de Deus e comando de Josué, os israelitas iniciaram suas conquistas territoriais em Canaã, arrasando a fortaleza de Jericó e destruindo a cidade de Ai. Estas vitórias deixaram atônitos e apavorados os habitantes daquelas terras, e, como nem todos se julgavam em condições de enfrentar os invencíveis invasores, um povo tradicionalmente conhecido como valente e astucioso conseguiu um concerto de paz com Israel: eram os gibeonitas.
A aliança, unindo amigavelmente dois fortes sob mútuo juramento, em nada agradou aos cananeus de uma maneira geral e pareceu terrivelmente perigosa aos amorreus, por estarem estes na rota dos hebreus. A situação exigia-lhes providências urgentes e enérgicas, que foram tomadas.
Adonizete, rei da fortaleza de Jerusalém, diplomaticamente enviou cartas aos reis das cidades de Hebrom, Jarmuth, Lachis e Eglon, propondo-lhes a formação de uma força militar confederada, única maneira de enfrentar os exércitos de Gibeon e Israel. O estratégico plano visava atacar um inimigo de cada vez: surpreenderiam Gibeon e, vencido este, avançariam dali até Gilgal para a batalha final contra Josué e seu povo. Todos os aspectos do delicadíssimo plano foram pacientemente analisados pelos soberanos amorreus, levando em conta que estava em jogo a própria sobrevivência de suas nações. O plano foi aceito por unanimidade e a data da decisiva campanha militar ficou marcada.
Atacados de surpresa pelos poderosos confederados, os gibeonitas enviaram a Israel um dramático pedido de ajuda, e este, fiel ao seu concerto, partiu imediatamente em socorro de seu aliado, travando-se a mais importante batalha para Israel em todas as suas guerras de conquista.
Diz a Bíblia que os valentes e valorosos de Josué caminharam durante toda a noite e surpreenderam seus inimigos ao raiar da manhã. A luta durou todo aquele dia, mas à tarde os confederados começaram a debilitar-se e a fugir diante do furor de Israel. Foi então que Josué, percebendo que a noite favorecia seus inimigos por conhecerem aquela região, ordenou ao Sol e à Lua para se deterem no céu, a fim de poder dar cabo de todos os seus inimigos. E assim aconteceu. O povo de Israel vencia a sua mais importante batalha e garantia, desta forma, sua própria existência como nação. (Js 10.1-27).
1. Linguagem simples ou científica?
O relato de Josué, ordenando ao Sol que parasse, é um dos casos apresentados pelos leitores superficiais da Bíblia como anticientífico, por afirmar que o Sol gira em torno da Terra.
Mas estas mesmas pessoas não hesitam em dizer, por exemplo: “o sol está nascendo”, “está a pino”, “o sol está-se pondo”, etc., e nunca: “a Terra já deu outra volta” ou “meia volta”. Da mesma forma, quando se sentem engordar ou emagrecer: “o paletó está-me ficando apertado”, ou “a calça está-se tornando folgada”, esquecidos de que a diferença está no corpo e não na roupa, e que semelhantes expressões são figuras de pensamento que constam dos rudimentos da gramática. A Escritura Sagrada usa a linguagem do povo e não a dos cientistas.
Kepler, o famoso astrônomo do século XVI, escreveu:
Nós dizemos com o povo: “os planetas param, voltam... o Sol nasce e põe-se, sobe para o meio do céu” etc. Falamos com o povo, exprimimos o que parece passar-se diante dos nossos olhos, posto que nada de tudo isso seja verdadeiro. Entretanto, todos os astrônomos estão nisso em acordo.
Devemos tanto menos exigir da Escritura sobre este ponto, quando é certo que ela, se abandonasse a linguagem ordinária para tomar a da ciência e falar em termos obscuros, que não seriam compreendidos por aqueles a quem ela quer instruir, confundiria os fiéis simples e não conseguiria o fim sublime a que se propõe[6].

Por outro lado, a oração de Josué, segundo o sentido original, pode traduzir-se por “Sol, cala-te” ou “aquieta-te”. E os cientistas informam-nos que a luz é vocal, ou seja, o Sol, ao enviar suas irradiações sobre esse mundo, provoca um som musical pelas rápidas vibrações das ondas do éter[7]. Esta música, contudo, não pode ser ouvida pelos nossos ouvidos. Admite-se, também, que a ação do Sol sobre a Terra é a causa de sua evolução em torno do seu próprio eixo. Assim, as palavras de Josué demonstrariam uma tremenda exatidão científica, e a Terra teria diminuído a velocidade de seu movimento de rotação, em virtude de um temporário enfraquecimento da ação do Sol sobre ela.
O grande Newton demonstrou quão rapidamente a velocidade da Terra poderia ser diminuída sem choque apreciável para seus habitantes.

2. O que dizem os cientistas.
Há os que reconhecem mediante as provas científicas, a existência de um dia perdido na história da Terra, mas nega-se a aceitar, como a sua causa, a oração de Josué. Tentam explicar o “milagre” servindo-se da teoria da refração da luz, segundo a qual, devido às diferentes densidades dos gases componentes da atmosfera, através dos quais passam os raios solares, refletem-se ou desviam-se da sua verdadeira direção, como se dá com uma vara mergulhada parcialmente na água, que dá a aparência de estar curva. Através da refração da luz podemos ver o Sol ainda acima da linha do horizonte, quando de fato ele já se pôs.
Todavia, para a grande maioria dos cientistas, a refração da luz daria a impressão de um prolongamento de, no máximo, uma hora. Portanto, um tempo diminuto em relação às vinte e quatro horas perdidas ou ao “quase um dia inteiro” de Josué.
Depois de estudar demoradamente o assunto do ponto de vista astronômico, o professor Totten, da Universidade de Yale, EUA, publicou em jornais daquele país um desenvolvido cálculo matemático no qual os equinócios e eclipses foram calculados para trás, a partir do início deste século até o solstício de inverno do dia de Josué, e apontaram aquele dia como sendo uma quarta-feira, ao passo que, começando bem antes de Josué e seguindo para adiante, o mesmo solstício de inverno parece ser uma terça-feira.
Argumentava o professor Totten que não há cálculo matemático possível capaz de anular a sua conclusão: um dia de 24 horas tem sido inserto na história do mundo.

3. Senhor, eu creio!
O mesmo professor Totten, em um livro sobre o assunto, editado em 1890, escreveu acerca de suas pesquisas e de um desafio lançado por ele mesmo a um ilustre astrônomo, seu amigo, que não acreditava na inspiração da Bíblia. Disse-lhe o professor:
Você não crê que a Bíblia seja a Palavra de Deus, e eu creio. Eis aqui agora ótima oportunidade para submetermos à prova a sua inspiração. Você começa a ler, desde o princípio, e continuará até onde for necessário, procurando ver se a Bíblia oferece explicação desse tempo desaparecido.
O astrônomo ergueu a luva do desafio e começou a ler. Algum tempo depois, quando os dois se encontraram dentro da área do colégio, o professor Totten perguntou ao amigo se o exame da questão havia produzido resultado satisfatório. O colega replicou:
Creio que posso provar, definitivamente, que a Bíblia não é a Palavra de Deus. No capítulo décimo do Livro de Josué encontrei a explicação do desaparecimento das vinte e quatro horas que faltam. Então retrocedi, fazendo a verificação pelos meus algarismos, e concluí que até a época de Josué só haviam desaparecido vinte e três horas e vinte minutos. Se a Bíblia cometeu erro de quarenta minutos, não é o livro de Deus.
O professor Totten respondeu:
Você tem razão, pelo menos em parte. Mas dirá a Bíblia que todo um dia se perdeu no tempo de Josué?
Então ele examinou e viu que o texto dizia: “quase um dia inteiro”. A expressão “quase” mudou toda a situação, e o astrônomo reencetou a leitura. Continuou até chegar ao capítulo trinta e oito de Isaías. Neste capítulo o profeta descreve o emocionante episódio do rei Ezequias, que ficara doente, à morte. Respondendo-lhe a oração, Deus promete aumentar em quinze anos a sua vida e oferece um sinal. Disse ele: “Sai ao pátio e olha o relógio de Acaz. Farei com que a sombra retroceda dez graus sobre o relógio do Sol”.
Isaías narra que o rei olhou e, nesse momento, a sombra retrocedeu dez graus sobre os quais já havia passado! Isso encerra a pendência, porque dez graus no relógio do sol correspondem a quarenta minutos no mostrador dos nossos cronômetros! Assim ficou estabelecida a exatidão da Bíblia de maneira plenamente satisfatória aos olhos do exigente crítico.
Quando o astrônomo encontrou assim explicado esse dia desaparecido, depôs o livro e adorou ao seu Autor, dizendo: “Senhor, eu creio!”.
Outros cientistas também se dedicaram ao estudo do “dia perdido”. Sir Edwin Ball descobriu haverem-se perdido exatamente vinte e quatro horas do tempo solar, e E. W. Maunder, do Observatório Real de Greenwich, num interessante trabalho publicado em 1904, indica, além do local onde Josué se encontrava, também a hora do dia em que ele orou e aconteceu o notável fenômeno.
Para o professor Totten, a declaração bíblica: “não houve dia semelhante a este, nem antes nem depois dele”, é de uma precisão impressionante, por não haver lugar, na história do mundo, do ponto de vista matemático, para outro dia igual àquele. Nem antes e nem depois tem havido outra data em harmonia com as posições do Sol, da Lua e da Terra, como aquela indicada na Escritura Sagrada.
Aos referidos testemunhos, juntemos ainda o do Dr. Immanuel Valikovsky, no seu livro Os Mundos em Colisão. Ele afirma que 1.500 anos antes do Senhor Jesus, um planeta se aproximou tanto da Terra que a fez parar por algum tempo no seu movimento de rotação, até que o povo se vingou dos seus inimigos.

4. Computador confirma o dia perdido.
Como vimos o extraordinário “dia longo de Josué” está plenamente confirmado pela Astronomia. Mas há ainda mais. Uma notícia divulgada há alguns anos em vários jornais norte-americanos e de todo o mundo atesta de maneira surpreendente a veracidade das Escrituras. Passamos a transcrever do Jornal Folha da Tarde, de São Paulo, edição de 30 de setembro de 1974:
Os engenheiros e técnicos do espaço do Centro de Green Balt, Maryland, haviam sido encarregados de determinar com exatidão as posições do Sol, da Lua e dos planetas durante os próximos cem anos. O objetivo visado era o de evitar que os satélites artificiais entrassem em órbita onde ocorreria o risco de se espatifarem contra um desses astros.
Com esse propósito, os programadores encarregaram os computadores de calcular as coordenadas celestes no decorrer dos séculos passados, a fim de poderem fazer os cálculos prospectivos para o futuro. Acionados os computadores, a certo momento as máquinas pararam. Acendeu-se a luz vermelha indicando que os computadores haviam recebido uma informação falsa, que estaria em desacordo com todos os demais dados fornecidos.
Convocados os técnicos e os especialistas, revelaram uma estranha descoberta: “Há falta de um dia nos tempos passados!” [...] “como pode ser isso?”, todos perguntaram. Era necessário descobrir, pois do contrário a pesquisa para o futuro não poderia prosseguir.
Um dos membros da equipe esclareceu: “Lembro-me de um texto da Bíblia onde lê que o sol parou no céu”. Assim os cientistas tiveram que examinar, na Bíblia, a narrativa de Josué 10.12-15. Nessa ocasião Deus ouviu a oração de Josué em favor do povo de Israel e “o sol se deteve no meio do céu e não se apressou a pôr-se, quase um dia inteiro”.
Essa nova informação foi programada para os computadores. Recomeçados os cálculos, das conjunções planetárias daquela época, constatou-se ainda uma inexatidão! A duração do tempo suplementar intercalado era de 23 horas e 20 minutos, e não de 24 horas exatas! Voltando ao texto bíblico os cientistas observaram: “o sol... não se apressou a pôr-se, quase um dia inteiro!” Faltavam, pois, ainda, 40 minutos. Onde estariam?
Aquele membro da equipe, que conhecia a Bíblia, esclareceu: “Lembro-me de outro texto, que revela que a sombra do Sol voltou-se para trás!” Novamente os cientistas se debruçaram sobre a Bíblia para ler em 2Rs 20.8-11, que Deus ouviu a oração de Isaías e fez com que, no relógio de Acaz, a sombra recuasse 10 graus. Esse retrocesso corresponde aos 40 minutos faltantes!
A nota atrás referida foi relatada pelo Sr. Harold Hill, presidente da Companhia de Motores Curtis, de Baltimore, Maryland, e consultor de programas espaciais norte-americanos. O professor Antônio Gilberto, que na ocasião cursava engenharia eletrônica na NASA, EUA traduziu para o português um artigo semelhante, primeiramente publicado no jornal “Evening News”, de Spencer, Indiana, que foi depois reproduzido pelo “The Pentecostal Evangel”, órgão oficial das Assembléias de Deus daquele país.

5. A voz da história.
Provado cientificamente, o dia longo de Josué encontra fortes evidências também na História, pelo menos em seis origens diferentes. As três nações historiadoras do mundo, Grécia, Egito e China, também o México, confirmam e registram a memória de “um dia extraordinariamente longo”.
Heródoto, o chamado Pai da História, nascido na Grécia uns 500 anos antes de Cristo, deixou escrito o que lhe contaram sacerdotes egípcios acerca de uma ocasião em que o Sol havia duas vezes nascido... Acredita-se que isso se referia ao dia longo de Josué, ainda que a declaração seja distorcida e exagerada.
Na China, registrou-se que certo duque, achando-se empenhado numa batalha e receando que a noite interviesse e lhe impedisse a vitória, arremessou a lança ao Sol e este recuou no firmamento três sinais zodiacais (cerca de 6 horas).
No México, Lord Kingsborough descobriu um registro mexicano de um dia extraordinariamente longo, no ano por eles conhecido como “Os sete Coelhos”, correspondente exato ao ano em que Josué conquistou a Palestina.
Incluindo-se o testemunho de Jasher, “O Reto”, contemporâneo de Josué, que registrou o fato, a historicidade fica confirmada por seis fontes e em cinco diferentes países, a saber: Grécia, China, Egito, México e Palestina.
“Que os sábios continuem a multiplicar suas descobertas! Que ao custo de pesquisas eles perscrutem até o menor dos detalhes, as narrações que nos foram conservadas dessas idades obscuras! Tudo o que conseguem fazer é tornar mais persuasivas a admirável simplicidade e exatidão fundamental das verdades registradas nos Livros Sacros que têm esclarecido até hoje a peregrinação do homem”[8].

A infalibilidade da Bíblia Sagrada não poderia ser melhor proclamada do que nesta oração de Jesus: “A Tua Palavra é a Verdade” (Jo 17.17).


III. Jonas e o Grande Peixe.
Narrativa bíblica das mais ridicularizadas pelos pseudo-sábios é a do profeta Jonas, no livro do mesmo nome (cf. Jn 1.17; 2.10).
Como pode um homem ser engolido por um peixe e três dias depois ser lançado fora, vivo?!
Harold Lindsell, ex-editor do jornal evangélico norte-americano Christianity Today, líder do movimento da infalibilidade das Escrituras, elogiou o Sínodo de Missouri da Igreja Luterana por ter forçado a saída de milhares de membros na década de 60, depois que alguns professores de seminários começaram a questionar abertamente temas como o de Jonas ter sido engolido por uma baleia.
Outro especialista em assuntos escriturísticos, o Dr. Jimmie Allen, afirmou que são verdadeiras todas as declarações da Bíblia, mas que acredita no que chama de teoria dinâmica, isto é, que Deus usou as habilidades das pessoas para recebê-las. O Dr. Allen, depois de afirmar que há diferentes versões de certos acontecimentos, e que Deus protege sua mensagem infalível, conclui argumentando que, se havia um homem chamado Jonas, e se a Bíblia diz que um peixe engoliu esse homem, Deus poderia ter feito uma coisa destas.
Discordando, aparentemente, da historicidade de Jonas, o Dr. Jack Rohers, presbiteriano do Seminário Teológico Fuller, afirma que “algumas pessoas argumentam que havia um peixe grande bastante para engolir Jonas. Mas eu olho para o período em que a história foi escrita. Esta me parece uma história contada para ilustrar a missão do homem a serviço de Deus”.
Já o Dr. Warren Quanbeck, do Luther Northwestern Theological Seminary, de St. Paul, declara:
O valor da Bíblia é o de transmitir uma tradição apostólica e profética. Sem ela, não saberíamos nada sobre a vida do Senhor Jesus. A Bíblia contém uma parte considerável de literatura sagas, leis, hinos, poesia mas o importante não é a forma, e sim a mensagem.
Para os protestantes da linha principal, ortodoxos e católicos romanos de hoje conclui o Dr. Quanbeck as Escrituras seriam vistas como uma tradição determinativa, a qual domina todas as outras tradições, na fonte. A importância das Escrituras é a de transmitir a Palavra de Deus. Alguns teólogos podem pensar que as Escrituras não possuem qualquer autoridade, sendo estritamente um repositório. Eu diria que uma Igreja que afirma: “não nos importamos com o que as Escrituras dizem”, não é reconhecivelmente cristã[9].
1. Baleia ou monstro marinho?
A palavra aqui traduzida por peixe é tou~ kh/touj = tou kêtous no original, e significa “monstro marinho, baleia, peixe imenso”, ou lwOdg%F gdF@ = dag gadhol no hebraico, significando simplesmente grande peixe, podendo ser, portanto, baleia ou peixe. O Senhor Jesus, com sua inquestionável autoridade, selou a veracidade da narrativa de Jonas, ao ver nela uma figura da sua morte e ressurreição. (cf. Mt 12.38-40).
Não é difícil mostrar a possibilidade natural de se repetir a experiência de Jonas, pois são muitos os fatos hoje conhecidos. Em virtude da exigüidade de espaço, apresentaremos apenas alguns exemplos:
No mês de fevereiro de 1891, o navio baleeiro “Star of the East”, encontrava-se na altura das Ilhas Falkland, quando o vigia assinalou a presença de um grande cachalote. Imediatamente dois barcos partiram em direção ao grande cetáceo, munidos de arpões. O mamífero, num movimento que fez, virou um dos barcos, e os homens caíram na água: um deles foi salvo, mas o outro desapareceu.
A perseguição ao cachalote não foi interrompida por causa do dramático incidente. Após algumas horas de luta, o cetáceo sucumbiu. Seu corpo foi arrastado para o lado do navio, e a tripulação estava ocupada em retirar a gordura. Este trabalho durou o dia inteiro.
No dia seguinte, ao içarem o estômago do cachalote, qual não foi a surpresa dos pescadores, ao notarem que no interior do estômago do grande cetáceo havia um ser vivente, dando sinais espasmódicos de vida. Abriram a parte que se movia, e James Bartley, o pescador que havia desaparecido, estava ali inconsciente.
Rapidamente e cheios de alegria, transportaram-no para um barco e tudo fizeram para recuperá-lo, sendo bem sucedidos. Durante alguns dias Bartley delirou, e nem mesmo podia proferir qualquer palavra inteligível. Ao fim de três semanas, reconquistou as forças e a razão, e pôde, então, narrar o que lhe sucedera.
Ele disse lembrar-se da sensação do golpe da cauda que precipitou o barco à água. Depois se sentiu deslizar numa substância lisa que parecia mover-se e que o fazia avançar. Percebeu então, que fora tragado pelo grande cetáceo e sentiu-se horrorizado. Estava certo de que respirava, mas o calor intenso e a imobilidade forçada fizeram com que perdesse os sentidos, só recuperados vários dias depois de salvo. Sua pele jamais adquiriu a cor natural, mas a sua saúde não sofreu qualquer abalo em conseqüência desta extraordinária aventura. Durante o tempo em que James esteve no estômago do cachalote, a pele do corpo foi atingida pela ação do suco gástrico, ficando com uma cor branco-pardacenta.

Constitui este fato uma resposta aos céticos que se escandalizam ao ler a história do profeta Jonas, afirmando ser impossível que alguém permaneça vivo no ventre de uma baleia. Afirmam, ainda, que a baleia possui uma garganta muito pequena para engolir uma pessoa. Porém os fatos aí estão atestando que também as baleias podem engolir e reter uma pessoa durante dias, pois há cachalotes que medem até 25 metros de comprimento.
Este caso teve larga repercussão ao tempo em que aconteceu, mas é sempre bom lembrar aos céticos e esquecidos estas verdades. O capitão do “Star of the East” (Estrela do Oriente) acrescentou outros casos em que não raro furiosas baleias haviam devorado homens mortos ou vivos, mas que esta era a primeira vez que via a vítima sair viva após tal experiência.

2. Um estômago para dez Jonas.
O caso de James Bartley faz referência à baleia, e prova que esse mamífero pode engolir vivo e inteiro um ser humano. Mas vejamos agora um acontecimento relativo a um verdadeiro peixe:
Em 1912 o capitão Charles H. Thompson, de Miami, na Flórida, Estados Unidos, avistou do seu iate, num dia em que pescava no alto mar, as barbatanas de um monstro enorme, que fendia as ondas. Ajudado por três homens, deitou a chalupa ao mar e conseguiu arpoa-lo. Durante trinta e nove horas este enorme monstro marinho arrastou atrás de si o bote, sem um único momento de paragem. O iate a vapor tentou retê-lo, apesar de, por vezes ser assustadora a velocidade a que o monstro nadava.
Estes quatro homens, com a ajuda de cinco arpões, conseguiram arpoar este gigante dos mares e atiraram-lhe cinqüenta e uma balas. Quando, finalmente, foi capturado, o iate (de trinta toneladas) aproximou-se e os homens lançaram a corrente da âncora do barco, através dos enormes maxilares do monstro.
Mas esta pausa não foi senão um momento de trégua depois de 39 horas ininterruptas de reboque. Com um golpe rápido da cauda esmagou a roda do leme e a hélice do iate a vapor, e um rebocador, também a vapor, arrastou o monstro durante oitenta milhas aproximadamente, até Miami. Ali, com a ajuda de um poderoso guindaste, foi içado sobre o cais, onde, com um último movimento de cauda, derrubou a casa onde estavam os escritórios do cais e quebrou a perna de um homem.
Eis algumas características deste singular peixe: o seu peso era de 13.620 quilos, o comprimento de 13,68 metros, a espessura de 2,50 metros. A garganta tinha 77 centímetros de altura e 95 de largura. As balas apenas lhe tinham furado a pele que era de 7,5 centímetros de espessura. Encontrou-se no interior do seu ventre um peixe que pesava 681 quilos e uma grande lula. Um homem podia entrar direito, à vontade, dentro do seu estômago; uma fotografia mostra o peixe com um homem deitado na goela e dois outros assentados entre os seus maxilares, como sobre uma cama de rede.
Este monstro poderia facilmente engolir dez Jonas. O governo dos Estados Unidos enviou homens especialistas para lhe embalsamarem a pele e foram necessários dez barris de formol. Depois de terem fixado costelas de aço, foi içado sobre a ponta de um vapor para o exporem.
Esse animal é um verdadeiro peixe e não um mamífero, ou uma baleia. Os peritos, ao examinarem o seu esqueleto, declararam que era um peixe ainda muito novo[10].

3. Mais fatos.
Em 1955 os jornais japoneses relataram que tinha sido encontrado o corpo de um rapaz de 13 anos, vestido com camisa e calças, num grande peixe apanhado perto da cidade de Nagazaki. O Dr. Harry Rymer refere-se a uma baleia barriga de enxofre, de 29 metros de comprimento, e que pesou 147 toneladas.
Houve uma que foi rebocada a terra e era tão grande que um guindaste de locomotiva de 75 toneladas não pôde retirá-la da entrada do Canal do Panamá, de sorte que foi novamente rebocada para o mar, a doze milhas de distância, onde os aeroplanos navais atiraram sobre ela duas bombas de 160 libras, reduzindo-a a pedaços[11].
Há muitos outros fatos como estes que acabamos de relatar, testemunhando a favor da possibilidade de um ser humano viver no estômago de um monstro marinho, que tanto pode ser uma baleia ou um Rhinodon Typicus, também conhecido por tubarão osso, tubarão Indo Pacífico, ou tubarão baleia, ou mesmo qualquer outro “grande peixe” ainda desconhecido e não classificado pelos homens. No estômago de alguns desses gigantes do mar encontraram-se esqueletos inteiros de animais muitas vezes maiores que um homem de porte médio.
Todavia, o que torna a experiência do profeta admissível e admirável é a intervenção de Deus, que planejou tudo, preparando e guiando aquela estranha condução a fim de mostrar ao profeta e a todos nós que o Senhor Deus Todo-poderoso não desiste assim tão facilmente de seus elevados propósitos de buscar, perdoar e salvar. De volta às praias da Palestina, Jonas tomou o rumo certo e pregou à grande cidade de Nínive, que se arrependeu e foi salva.
O amor de Deus é capaz de proezas extraordinárias!


IV. Descobertas Confirmam a Bíblia.
Os pseudo-sábios caem com suas leis, mas a infalível Palavra de Deus permanece para sempre.
É possível criar alguma coisa do nada? Esta questão já preocupou tanto cientistas honestos, reconhecedores da infalibilidade da Bíblia, como teólogos desejosos de crer a um só tempo na cosmogonia bíblica e nas declarações apressadas de uma ciência falível.
A Bíblia afirma expressamente que Deus criou, no princípio, os céus e a terra (Gn 1.1), usando, para tanto, o verbo “bara” (criar), que também aparece nos versículos 20 e 27 do primeiro capítulo do Gênesis, significando o início dos seres animados e inanimados em geral, ou seja, o surgimento de algo que antes não existia. Embora na criação dos animais e do homem o vocábulo “bara” não dispense a utilização de materiais já existentes, no primeiro versículo da Escritura Sagrada é evidente que Deus criou tudo, partindo do nada.
O renomado professor Harold Clayton Urey, descobridor da água pesada, do deutério, e ganhador, em 1943, do Prêmio Nobel de Química, anunciou, na década de 60, novas descobertas a respeito da origem da Lua, as quais destroem as teorias de que o nosso satélite natural teria sido lançado da Terra, ou que esta e a Lua tivessem a mesma origem. Para o cientista, a Lua, que tem mais em comum com o Sol do que com a Terra, foi “apanhada” pelo nosso planeta e entrou assim em sua órbita atual, depois de já formado o nosso sistema solar.
O professor Urey alega que grandes números de cientistas são da mesma opinião, o que confirma mais uma vez a verdade da narrativa bíblica a respeito da criação. De alguns anos para cá, a ciência tem constatado que a Terra se originou antes do Sol, em oposição direta ao que outros cientistas acreditaram antes.
Mais recentemente, dois cientistas da Universidade de Cambridge, revelaram que a Terra e o nosso sistema solar não têm existido desde a eternidade, mas que apareceram repentinamente, concordando assim com o texto de Gn 1.10-17. Este relato bíblico, ao descrever como Deus, no quarto dia criativo, fez os dois grandes luminares no firmamento, mostra que tudo a respeito do Universo, de inspiração evolucionista, está descansando num fundamento incerto. Muitas teorias têm sido revisadas vez após vez em razão das novas descobertas.
Urey, e com ele muitos outros cientistas, mostra também como é arriscado para os teólogos confiarem cegamente na “ciência”, e procurar corrigir a Bíblia à luz de apressadas declarações científicas. Cada vez que os cientistas revisam suas teorias, estes teólogos ficam em situações embaraçosas, pois cada nova descoberta acaba dando-nos, com seus novos resultados, uma prova de que a narrativa bíblica da criação é a única verdadeira[12].
1. “Nada é nada”.
Desde a mais remota Antigüidade, quando o conhecimento humano dava ainda seus primeiros e titubeantes passos, a verdade bíblica contida na narrativa da criação tem sido alvo de inúmeras tentativas de contestação, silenciosa ou abertamente. Aristóteles (384-322 a.C.), o venerado sábio da culta Grécia antiga e um dos maiores metafísicos e lógicos de todos os tempos, ao dizer que nada é nada, endossava certamente a opinião de muitos de seus contemporâneos e antepassados. Desde então os homens de ciência não têm cessado de repetir, como a um rosário, a célebre frase aristotélica, até que ela foi ampliada pelo ilustre químico e físico francês Antoine Laurent Lavoisier (1743-1794), para: “do nada não se tira nada”.
Estaria errada a Bíblia? As palavras do sábio grego já não constituíam mais uma mera opinião, pois através de Lavoisier representavam agora a base de uma “lei” de um estabelecido princípio científico: “na natureza nada se perde, tudo se transforma”.
Convém salientar que lei, na linguagem científica, quer dizer aquilo sobre o que não existem mais dúvidas; que já tenha sido cabalmente demonstrado e provado. Parecia que as Escrituras Sagradas, por afirmarem que Deus fez o Universo do nada (Hb 11.3; Sl 33.6,3), estavam erradas, uma vez que a ciência ensinava categoricamente a eternidade da matéria. Se a matéria é eterna, já não foi criada. A Verdade estaria errada? Deus teria se enganado? Ou a Bíblia não é a Palavra de Deus, como ela mesma afirma ser? Essas dúvidas foram um consolo para falsos cristãos modernistas que mais arrogantemente propagaram o princípio de sua estranha fé: “a Bíblia não é a Palavra de Deus; a contém”.
Partindo dessa herética premissa, muitos pseudo-evangélicos acabaram por adotar uma teologia espúria, que faz concessões até mesmo à desacreditada Teoria da Evolução, negando o ato criativo de Deus segundo a Escritura e restringindo-o a apenas um ponto de partida do qual provieram, mercê do acaso, todas as coisas visíveis e invisíveis, inclusive as variadas formas de vida vegetal e animal, não excluindo o próprio homem.
Biblicamente é impossível entender a criação por via do conhecimento, por aquilo que os sentidos possam observar. É necessário antes reconhecer a existência do Deus vivo e admitir sua atividade criadora como a causa primeira do universo à nossa volta (cf. Hb 11.3).

2. Transformação ou desintegração?
Certíssimo é o dito popular quando assevera que “a mentira só prevalece enquanto a verdade não chega”. E a verdade chegou, no campo científico, provando e demonstrando que Aristóteles errou, que os escolásticos medievais erraram, que estavam errados Lavoisier e seus orgulhosos discípulos: foi quando os Estados Unidos explodiram a primeira bomba atômica em 16 de junho de 1945, no Deserto de Alamo-gordo, Novo México. Não houve ali nada de transformação, mas sim desintegração. A matéria desintegrada deixa de ser matéria, é força. A desintegração atômica dos núcleos implica na formação de outro núcleo mais simples, ocasionando assim o desprendimento de partículas elementares.
O fenômeno é acompanhado da perda de massa, porém esta, pela descoberta de Einstein (E=mc2) é transformada em energia[13].
E a energia não é eterna, podendo durar alguns minutos, horas ou até mesmo anos, mas por fim deixa de ser energia, é nada.
A esse respeito, diz o Dr. Emílio José Salim que, se a matéria não está dotada de uma energia utilizável desde o infinito, como está provado, houve um tempo em que o movimento começou no mundo, em que o calor (ou entropia) estava no seu mínimo. Quem determinou o início desse movimento? O Dr. Salim se serve das palavras de Klimke para refutar a tese da eternidade da matéria:
Ou as relações de energia e a temperatura são uma propriedade necessária do universo e então, na hipótese da eternidade do mundo, deveriam ter começado antes de toda a eternidade e o mundo, nesse caso,já teria também atingido o máximo da entropia, o que entretanto não se deu até agora; ou ainda, foi o mundo que determinou livremente o ponto inicial do movimento e, a ser assim, deve de ser uma substância inteligente e consciente, o que vem contrariar toda a experiência, como as próprias bases do materialismo. Logo, deve existir um outro ser, que deu ao mundo o seu quantum de energia[14].

Caíram os sábios com sua lei, mas a infalível Palavra de Deus está de pé, porque ela é viva e permanece para sempre.
Ainda acerca da origem do Universo, são muitas as teorias que defendem a hipótese de que este chegou à sua condição atual através de centenas de milhões de anos de contínua evolução. Embora com inúmeras variações quanto ao processo evolutivo do universo, bem quanto ao seu “nascimento”, essa hipótese é hoje discutida e ensinada em todo o mundo nos meios estudantis e científicos.
Contrastando com essas teorias, os professores de física R.A. Alpher e R.C. Herman da Universidade de John Hopkins, E.U.A., expuseram em Washington a tese de que o Universo foi criado em apenas 30 minutos! Segundo estes cientistas, antes dessa criação do Universo em meia hora, um grande acontecimento misterioso se teria produzido. Este, a respeito do qual Alpher e Herman reconhecem, com toda humildade, nada saber, precedeu a formação dos elementos naturais conhecidos no Universo, a partir de um nêutron radioativo fluído, de uma densidade de um milhão de graus por centímetro quadrado, e elevado a uma temperatura de cerca de um bilhão de graus centígrados.
Nessas condições esse nêutron, sempre de acordo com a tese dos dois físicos, se decompôs em um próton, isto é, em um átomo de hidrogênio. Este, multiplicando-se, formou o hélio.
Ora, recordam Alpher e Herman, a matéria do Universo, em uma proporção de 98%, é uma mistura de hidrogênio e hélio. Quanto aos prótons, que entram na estrutura atômica do hidrogênio, eles teriam tido, consoante os dois cientistas, uma radioatividade suficiente para criar outros prótons, e constituir estruturas atômicas complexas ao lado do arcabouço relativamente simples do hidrogênio, dando os outros elementos do Universo. Ter-se-ia realizado a obra em 30 minutos.
Ambas as teorias citadas contradizem a Bíblia. Não nos esqueçamos, porém, de que elas não passam de teorias.
Por outro lado, alguns teólogos acreditam que os dias criativos do Gênesis não são dias normais de 24 horas, mas sim eras, talvez de milhares, milhões ou bilhões de anos. Seja como for, tais teólogos fazem muito mal em tentar ajustar a Bíblia às apressadas declarações científicas, ainda não provadas. É preferível ficar com a descrição bíblica, simples e lógica, de que Deus criou o Universo em seis dias, sejas estes dias de 24 horas ou dias divino que poderiam ser longos períodos, pois um dia para Deus é como mil anos, e mil anos como um dia. Scofield afirma que a palavra “dia”, na narrativa da criação, refere-se a um período marcado por certo princípio e por certo fim. A teoria de Alpher e Herman, além de extremamente ilógica por não explicar o ponto de partida do Universo, peca quando procura medir o período criativo em termos de tempo definido, pois, para Deus, tempo é questão insignificante. Concordamos com Derek Kidner quando afirma que “não passa de pedantismo brigar com termos que simplificam a fim de esclarecer”[15].
Quanto à época em que o Universo foi criado, os cientistas costumam situá-la entre três e cinco bilhões de anos, baseando seus cálculos nas descobertas recentes de que a matéria da Terra, do Sol e dos diversos astros é da mesma idade. Esses inícios remotos, mesmo sujeitam as variações de bilhões de anos, acomoda-se normalmente à declaração bíblica de Gn 1.1: “No princípio criou Deus os céus e a terra”, texto que deixa margem para todos os longos períodos geológicos aceitos pelos geólogos.
A Bíblia diz em Gn 1.9 que a parte seca da Terra emergiu das águas, dando a entender que estas cobriram toda a face do globo nos primeiros dias criativos. E em Jó 28.5 lemos que a terra, donde procede o pão, “em baixo é revolvida como por fogo”. Estas duas teses foram já cabalmente provadas pelos plutonianos e neptunianos. Confirma-se que, descendo cerca de 30 metros de profundidade na Terra, a temperatura sobe um grau no termômetro, de maneira que se cavássemos 2.300 metros encontraríamos rochas derretidas.

3. O testemunho de Moreux.
Sob o título “A Bíblia e a Criação do mundo”, um periódico brasileiro publicou interessante artigo a respeito dos primeiros versículos da Bíblia. Desse artigo reproduzimos os parágrafos seguintes:
Para os judeus e para os cristãos a Bíblia é a Palavra de Deus. E assim nela só pode haver a verdade e não o erro. Entretanto, em seu sentido literal mal-interpretado, o livro sagrado parece conter afirmações contrárias a verdades incontestáveis. Um cético, um materialista, ou mesmo um crente não cristão nem judeu, logo no terceiro versículo do primeiro capítulo de Gênesis, que narra a criação do mundo, julgará encontrar um erro grave. Aí se diz que no primeiro dia da criação Deus fez a luz.
Entretanto, somente no quarto dia teriam sido criados o Sol, a Lua e as estrelas. Se a luz vem do Sol, como poderia haver luz quando não havia Sol? Além disso, a Terra teria sido criada antes do Sol, o que contraria as aquisições da ciência que considera a Terra um fragmento destacado do Sol.

Tais dificuldades foram a muito resolvidas brilhantemente pelo sábio abade Moreux, diretor do Observatório Astronômico de Bruges, e sem dúvida um dos homens mais cultos do século XX. Na ‘Revue Belge’, fascículo de 1º de 1924, mostra que o primeiro capítulo do Gênesis concorda com os dados da ciência.
Antes de qualquer coisa convém salientar que os seis dias da criação não correspondem a seis dias atuais e sim a seis períodos (sic). Depois é de notar-se que a lição de Moisés, a não ser no que se refere ao primeiro dia, não se refere ao Universo em geral e sim à nossa terra. Quando a Bíblia diz que “no princípio Deus criou o céu...” está-se referindo ao céu astronômico e ao que nele se contém: Sol e estrelas, pois sem isso o céu não passaria de mero espaço vazio.
No primeiro dia, pois, existiram o Sol e as estrelas, e, portanto já existia a luz. Ao contrário do que se lê nas traduções correntes, Deus não teria dito: “Faça-se a luz, e a luz se fez”. A tradução correta seria: “Haja luz” e “houve luz”.
A luz já tinha sido feita, mas não atingia a Terra, envolta em gases escuros. Mas na Terra “houve luz”, quando as camadas de gás se tornaram menos densas. Houve luz e calor suficientes para que pudessem surgir os vegetais, mas não havia ainda um céu descoberto no qual de dia brilhasse o Sol e à noite a Lua e as estrelas.
Ainda hoje temos muitos dias nublados nos quais, apesar de haver luz, o Sol e as estrelas são invisíveis. Somente no quarto dia, isto é, no quarto período, foi que, dissipadas as pesadas nuvens de gases, surgiu a céu azul de dia, com o sol brilhando, e um céu estrelado à noite. O Sol e as estrelas já existiam, mas só então se teriam tornado visíveis. Para um observador, colocado na Terra, os astros teriam sido criados naquele dia.
Além desta razoável explicação, deu-nos o abade Moreux uma informação curiosa. Um dia ele perguntou a Pallarent, secretário perpétuo da Academia de Ciências de Paris, o que ele pensava do Gênesis. E o eminente geólogo respondeu:
Se eu tivesse de resumir em quarenta linhas as aquisições mais autênticas da Geologia, eu copiaria o texto do Gênesis, isto é, a história da criação do mundo, tal como a traçou Moisés.

É, pois, só na aparência que a criação do mundo, como está narrada na Bíblia, contradiz as afirmações da ciência.
A explicação do abade Moreux concorda em linhas gerais com o que, dois séculos antes, havia observado o grande sábio e filósofo sueco Swedenborg. Este, entretanto, sustenta que a Bíblia, além do sentido literal, tem um sentido interno pelo quais todas as coisas materiais, mencionadas nela, têm uma significação espiritual, de tal modo que, em vez de conter a Bíblia apenas a história do povo judeu e profecias, trata da regeneração do homem e da redenção da Humanidade por Jesus Cristo[16].


V. A Bíblia é Também um Livro Científico.
Mesmo em sua linguagem peculiarmente religiosa, percebem-se nas páginas da Bíblia insinuações diversas em apoio a fatos comprovadamente científicos.
Apesar do valioso testemunho de uma grande multidão de renomados teólogos e conceituados cientistas a favor da Bíblia, existem ainda pessoas que desprezam esse glorioso Livro, julgando-o uma mistura de verdade e mito, um livro eivado de superstições, ininteligível e anticientífico. É lógico que tais opiniões improcedentes têm sido aceitas por aquelas pessoas que nunca se preocuparam em conhecer, por si mesmas, o conteúdo do livro que tanto difamam e desprezam.
A Bíblia é, essencialmente, um livro religioso, que fala ao homem acerca da sua necessidade de Deus, e fala de Deus como de um Pai amoroso que ama e cuidado de Seus filhos. É este o importantíssimo papel que a Bíblia desempenha entre os homens.
Contudo, para que ela alcançasse plenamente seus nobres objetivos, aprouve a Deus, através dos seus instrumentos humanos, inserir nela informações rigorosamente exatas sobre Geografia, Astronomia, Medicina e demais ciências. Essas informações, que contrariam as errôneas concepções dos sábios do passado, hão de deixarem envergonhados e inescusáveis diante de Deus todos aqueles que desmerecem e rejeitam seus ensinos preciosos.
Acima de tudo e isso nos deixa ainda mais maravilhados a Bíblia não contém um só dos inúmeros erros científicos em voga nos longos séculos de sua redação. Vejamos alguns:
1. As concepções da Terra.
Naquela época distante, muitos supunham ser a Terra em forma de um disco, circundado por águas. Os gregos criam que o seu deus Atlas a sustentava. Para outros povos, ela estava equilibrada nas costas de um elefante, que estava em pé sobre uma tartaruga a nadar num mar universal! Essas teorias não dão a menor explicação sobre quem sustentava o deus Atlas ou o mar universal.
Quanto aos egípcios, alguns achavam que ela era apoiada sobre cinco colunas e outros admitiam que nosso planeta houvesse sido chocado de um grande ovo cósmico, que possuía asas e voava. Os fatos científicos aceitos no Egito ao tempo de Moisés, segundo recentes descobertas arqueológicas, explicam que enquanto aquele enorme ovo voava, completou-se dentro da casca o processo de mitose e este mundo surgiu!
Era esta a última novidade ensinada no Egito nos dias de Moisés, o grande legislador dos hebreus que fora educado em todas as ciências egípcias[17]. Todavia, onde está, nos escritos mosaicos, a teoria de que a Terra apoiava-se em cinco colunas ou de que fora chocada de um enorme ovo voador? Em vez destas “coqueluches científicas”, temos na Bíblia esta sublime revelação: “No princípio criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1).
Tales de Mileto, cognominado o “Pai da Ciência” e que viveu uns cem anos depois do profeta Isaías, não conhecia a forma da Terra. Para ele esta tinha o formato de um pires. Anaximandro, contemporâneo de Tales, ensinava que a Terra era cilíndrica, com base igual a um terço da sua altura e que se mantinha imóvel no centro do universo em virtude de igual pressão de ar por todos os lados.
E dentre os grandes sábios do passado, ninguém sobrepujou Pitágoras no conhecimento do Universo. Depois da Bíblia foi ele o primeiro a declarar que a Terra era redonda. Concordou, em parte, com Anaximandro quanto ao apoio da Terra e foi mais além, declarando que ela não estava parada. Tal verdade científica ia demasiadamente além da sua época, pois foi o melhor sistema que se conheceu até Copérnico. Já os pitagóricos tinham posto em dúvida a situação preferencial da Terra enquanto Aristarco de Samos afirmava, no terceiro século a.C., que a Terra era muito menor que o Sol e se movia em redor dele.
Entretanto, uns duzentos anos antes de Pitágoras, o profeta Isaías registrou que Deus “é o que está assentado sobre o globo da terra” (Is 40.22). Em outras traduções encontramos termos equivalentes a globo, como “redondeza”, “esfera”, “círculo” e etc. E quanto ao apoio do nosso planeta, disse Jó treze séculos antes de Anaximandro e Pitágoras: “Deus... suspende a terra sobre o nada” (Jó 26.7).

2. A grandeza do Universo.
A idéia de que a Terra era o maior de todos os astros e o centro dos movimentos celestes prevaleceu por muitos séculos. E quanto mais nos afastamos no tempo, mais generalizada encontramos essa teoria. Todavia, é surpreendente a declaração do patriarca Jó, registrada uns dezoito séculos antes de Cristo, de que o nosso sistema planetário, ou melhor, aquilo que se pode ver a olho nu, são “...apenas as orlas dos caminhos de Deus”, ou seja, apenas uma pequenina parte das Suas obras (Jó 26.14).
Tal antecipação da ciência não pode ser obra de um homem que tenha vivido em época tão remota, há mais de trinta séculos antes do invento da luneta. Somos persuadidos a aceitar a única explicação plausível de que “homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” (2Pe 1.21).
Vejamos agora a opinião da astronomia moderna acerca da terra em relação ao Universo, salientando inicialmente que, em virtude das dificuldades encontradas para o registro das distâncias que separam os astros, adotou-se um novo padrão de medida, o ano-luz, correspondente à distância percorrida pela luz durante um ano, a uma velocidade constante de trezentos mil quilômetros por segundo.
Em outras palavras, o ano-luz obtém-se multiplicando 300.000 x 60 x 60 x 24 x 365, que resulta em 9.460.800.000.000 (nove trilhões, quatrocentos e sessenta bilhões e oitocentos milhões de quilômetros). Essa velocidade é tão grande que se pudesse atirar com uma arma cuja bala partisse à velocidade constante da luz e rodeasse a Terra passando no exato lugar em que estivéssemos, essa bala trespassaria sete vezes o nosso corpo antes que tivéssemos tempo de dar um salto de lado.
Servindo-se dessa unidade astronômica, os astrônomos mediram a Via Láctea, a galáxia onde nos encontramos. Ela caberia numa circunferência tão grande que, para ultrapassá-la a luz necessitaria de cem mil anos. Distância inconcebível, quando sabemos que essa mesma luz precisa de apenas oito minutos e quinze segundos para cobrir os cento e cinqüenta milhões de quilômetros que nos separam do Sol, e de apenas um segundo para dar sete voltas e meia em torno da terra!
Contudo, as distâncias entre os astros de nossa galáxia significam muito pouco quando comparadas à dos cinco objetos flamejantes focalizados pelo Observatório de Monte Wilson. Dois deles estão distantes da Terra cerca de dez bilhões de anos-luz, ou seja, aproximadamente noventa e cinco setilhões de quilômetros, o que corresponde a 95 seguidos de 24 zeros. A luminosidade de cada um desses gigantes do infinito pode ofuscar o brilho de até cem galáxias iguais à Via Láctea, que se compõe de uns duzentos bilhões de astros, com uns trezentos e cinqüenta milhões de sistemas solares!
Quanto ao tamanho desses fenomenais corpos celestes, alguns deles alcançariam a inconcebível dimensão de um bilhão de sóis iguais ao nosso, que, por sua vez, é um milhão e trezentas mil vezes maior do que a Terra!
Mesmo em relação às galáxias que são imensos sistemas de estrelas, poeira cósmica e gases há ainda muito por revelar. Em 1987, um grupo de astrônomos da Universidade de Michigan, Estados Unidos, confirmou a descoberta da maior galáxia conhecida até hoje, uma gigantesca espiral, treze vezes maior do que a Via Láctea, e que foi denominada de Markarian 348. A galáxia, localizada na direção da constelação de Andrômeda, está a 300 milhões de anos-luz da Terra e tem uma forma estranha, composta por estrelas e fases, emitindo uma enorme quantidade de energia.
A nova galáxia parece ter pelo menos um braço em espiral, bem próximo do seu centro e formando ângulos irregulares. A maior parte das galáxias tem forma espiralada, com estrelas avermelhadas no seu núcleo e brancas, azuis e amarelas nos seus ramos em espiral.
No dia 26 de março de 1996, o telescópio espacial Hubble enviou à Terra incríveis imagens do que parecia ser uma gigantesca cidade espacial localizada a bilhões de anos-luz da Terra. Tão impressionantes são essas imagens que alguns cientistas da NASA chegaram a comentar que o Hubble havia fotografado “o lugar onde Deus vive”, e o papa João Paulo II requisitou cópias de tais fotos[18].
Diante de dados tão espantosos, a Astronomia reconhece humildemente estar muito longe de ver o fim do Universo. Através de potentes telescópios, como os de Monte Palomar e Monte Wilson, nos Estados Unidos — o primeiro deles com uma lente de duzentas polegadas, capaz de fotografar objetos de dezenas de bilhões de anos-luz — os astrônomos só conseguem ver gotas dágua no imensurável oceano do infinito.
O profeta Jeremias, que escreveu seus livros entre 627 a 586 a.C., registrou uma verdade hoje inegável: “Como não se pode contar o exército do céu nem medir a areia do mar...
(Jr 33.22). Isso faz referência à grandiosidade do Universo, comparado, respeitando-se as devidas proporções, aos incontáveis grãozinhos de areia de todos os vastos oceanos!
A tão assombrosa imensidão do Universo torna absolutamente impossível a sua representação em miniatura, mesmo na menor escala. Tomando como exemplo apenas um cantinho da Via Láctea, reduzamos a Terra a uma ínfima esfera de um milímetro de diâmetro, equivalente a uma cabecinha de alfinete. Onde colocaríamos a estrela Próxima, a que está mais perto de nós? Ela ficaria a uns trinta quilômetros de distância! Imaginem os leitores onde teríamos de colocar os corpos celestes mais distantes!

3. Outras antecipações científicas.
A Bíblia possui, ainda, outras citações científicas. Em Mt  24.40,41, o Senhor Jesus diz que em Sua Segunda Vinda vai encontrar duas pessoas numa cama (noite); uma será levada e outra deixada. Também vai encontrar duas pessoas no campo moendo (dia); uma será levada e outra deixada.
Como se explica o Filho de Deus, num abrir e fechar de olho (1Co 15.51-53) vindo de dia e de noite ao mesmo tempo, senão pelo movimento de rotação da Terra? Em sua Segunda Vinda, o Senhor Jesus levará consigo os Seus escolhidos dentre todas as nações. Se para nós, no Ocidente, Ele vier de dia, há de encontrar os do Oriente em plena noite, ou vice-versa.
A ciência afirma que o Universo veio à existência entre três e quatro bilhões de anos. E que a matéria da Terra, do Sol e dos demais astros é da mesma idade. Isso se acomoda normalmente à declaração bíblica em Gn 1.1 “No princípio criou Deus os céus e a terra”.
Até ao século XVII a ciência ainda não havia descoberto que o ar tinha peso. Debateram-se os sábios Nicolau Copérnico (1473-1543) e Galileu Galilei (1564-1642) em busca da solução, e morreram sem consegui-la. Somente mais tarde Evangelista Torricelli (1608-1647) descobriu a pressão atmosférica (ou seja, o peso do ar), concluindo as exaustivas experiências de Galileu. Mas a Bíblia, há três milênios, já declarava: “...quando deu peso ao vento” (Jó 28.25).
A ciência de alguns decênios atrás contrariava a declaração bíblica de Jó: “O norte estende sobre o vazio” (Jó 26.7). Os cientistas ainda não haviam descoberto o vácuo. Hoje, a existência de um grande vazio é fato fora de dúvida nos meios científicos. A famosa Lei da Inércia, de Newton, nos fala disso.
Em 1799, George Washington, o grande general da Guerra da Independência dos Estados Unidos da América do Norte, achava-se acometido de grave e misteriosa enfermidade que parecia querer roubar-lhe a vida. Seus médicos, na tentativa de restituir-lhe a saúde, resolveram submetê-lo a uma sangria, tão rotineira naqueles tempos, julgando, assim, remover a causa daquela enfermidade. Mal começaram a extração do precioso líquido, Washington expirou. Não conheciam ainda aqueles conceituados médicos a verdade bíblica registrada em Lv 17.11, há trinta e dois séculos: “a vida da carne está no sangue”.
No mesmo livro de Levítico, capítulo 11, lemos acerca dos animais limpos e imundos. Os israelitas apenas podiam comer os animais que tanto têm o casco dividido como ruminam, e os regulamentos abrangem também as aves e os peixes. A medicina reconhece que os animais chamados imundos nas Escrituras são seguros apenas quando bem limpos e bem cozidos. Afirma ainda a ciência médica que o porco está sujeito à triquinose: o coelho possui tularemia; certos peixes têm tênias; o papagaio pode ter psitacose, etc. A Lei de Moisés excluía tais alimentos arriscados.
Acerca do jejum, a medicina considera de grande proveito desde que prudentemente praticado, pois concede descanso aos órgãos digestivos. A Bíblia não contraria as leis da saúde quando nos diz que devemos orar e jejuar para não cairmos em tentação.
Finalmente, a psiquiatria moderna nos diz que uma das causas de haver tanto sofrimento no mundo é a falta de amor entre os homens, e que a saúde mental depende do amor. E a Bíblia, há milhares de anos, tem ordenado ao homem amar a si próprio e a seus semelhantes na mesma proporção. A esse respeito muito bem disse o Dr. J. T. Fisher:
Se tomásseis a soma total de todos os artigos autorizados que já foram escritos pelos psicólogos e psiquiatras mais qualificados sobre o assunto de higiene mental — se os combinásseis e os refinásseis e lançásseis fora todo o palavreado excessivo — se tomásseis toda a carne e nenhuma salsa, e se tivésseis estas porções não adulteradas de puro conhecimento científico expressas concisamente pelo mais capaz dos poetas vivos, teríeis um resumo inexpressivo e incompleto do Sermão do Monte.

4. Copérnico e Galileu.
Dentro da crise científico-religiosa iniciada no século com a controvérsia acerca da posição da Terra em relação ao Sol e ao Universo, Copérnico e Galileu exerceram tremenda influência.
Copérnico, polonês de nascimento, formou-se em Teologia, Medicina, Matemática, Leis e Astronomia. Influenciado pela remanescente cultura grego-romana e inconformado com as complicadas teorias geocêntricas ensinadas principalmente por Ptolomeu, e que eram a base do ensino astronômico medieval, esse ilustre sacerdote voltou-se para as idéias de Pitágoras, Heráclides do Ponto e Aristarco de Samos, admitindo a hipótese heliocêntrica, na qual a terra deixava de ser o centro do Universo.
Em sua famosa obra “De Revolutionibus Orbium”, publicada em 1543 e dedicada ao Papa Paulo III, escreveu Copérnico: “Não nos envergonhamos em sustentar que tudo que está debaixo da Lua, inclusive a própria Terra, descreve, entre outros planetas uma grande órbita ao redor do Sol, que é o centro do mundo... E sustento que é mais fácil admitir o que acabo de afirmar do que deixar o espírito perturbado por uma quantidade quase infinita de círculos, coisa a que são forçados aqueles que retêm a Terra fixa no centro do mundo”[19].
A hipótese coperniana encontrou logo veemente oposição: a Igreja Romana condenou a obra, incluindo-a no Index, e até mesmo o culto Lutero, referindo-se ao grande astrônomo, teria dito: “o imbecil queria conturbar toda a ciência astronômica”.
O primeiro golpe desferido pela moderna ciência à teologia tradicional foi secundado por outro grande sábio, o astrônomo Galileu Galilei (1564-1633). Em sua célebre obra “Dialoghi sopra i due Massani Sistemi del Mondo Tolomaico e Coperniano”, Galileu refuta definitivamente todos os antiquados conceitos astronômicos existentes até Copérnico. Acusado de perjúrio e heresia pelos teimosos e fanáticos eclesiásticos, o grande físico, já com 70 anos, foi citado a comparecer perante o Tribunal da Inquisição, em Roma. Na manhã do dia 22 de junho de 1633, ajoelhado ante seus inimigos, Galileu, para salvar a vida, abjura seus erros, heresias e renega todas as suas sensacionais descobertas.
O grande sábio, entretanto, jamais acreditou num conflito entre a ciência e a Bíblia. Numa carta à Grã-duquesa de Toscana, Cristina de Lorena, ele afirma:
A Santa Escritura não pode jamais mentir, desde que, todavia, se penetre seu verdadeiro sentido, o qual — não creio possível negá-lo — é muitas vezes escondido e muito diferente do que parece indicar a simples significação das palavras.

Esta sincera confissão encontra eco em outras correspondências e tratados por ele mesmo escritos, nos quais afirma que tanto a ciência como a Palavra de Deus emanam de uma mesma fonte: o Verbo Divino. E quando descreve as grandezas do Universo, conclui: “Tudo isso foi descoberto e observado nestes últimos dias graças ao ‘telescópio’ que inventei, após haver sido iluminado pela graça divina”[20].
O que aconteceu ao Copérnico e a Galileu teria acontecido a outros grandes sábios do século caso eles se expusessem à poderosa influência e intransigência da “santa” Inquisição. Foi sabendo do que acontecera àqueles dois ilustres gênios que o famoso René Descartes (1596-1680) evitou publicar sua obra “O Mundo”, da qual apenas chegou até nós uma súmula feita por ele em Discurso de Método.
Mas a dificuldade dos líderes religiosos em acompanhar a evolução científica não se fez sentir apenas em relação à Astronomia. O jurista matemático Viete (1540-1630), fundador da álgebra moderna, conseguiu decifrar em poucos dias criptogramas da Espanha, quando esta estava em guerra contra a França. Apesar de católico, Viete foi intimado pelo Papa Xisto V e perante o Santo Ofício considerado necromante e feiticeiro!
Fora dos arraiais católicos e protestantes ainda hoje se esboça, de vez em quando, certa resistência ao heliocentrismo. Em junho de 1966 o Xeque Abel Aziz Ben Abdallah Ben Baz, vice-presidente da Universidade Islâmica de Medina, Arábia Saudita, disse que “a terra está imóvel e não gira ao redor do Sol. Qualquer pessoa que afirme o contrário deve ser castigada com severidade”.
Em sua teoria, pergunta o Xeque:
Pode-se imaginar obstinação mais criminosa que a dos homens que, vendo o sol levantar-se e pôr-se enquanto a Terra permanece imóvel e cada cidade e cada montanha conservam seu lugar, continuam afirmando que a Terra gira? Como poderia o mar permanecer em seu lugar se a Terra girasse? Alguma vez foi vistas as cidades passarem do Leste para o Oeste e vice-versa?

Ben Baz, que é cego de nascença, leva sua tese até as últimas conseqüências ao dizer:
Todo homem que continuar afirmando que a Terra gira em torno do sol deve ser obrigado a arrepender-se e denunciar seu erro. Caso contrário deve ser considerado apóstata e infiel e terá de ser executado. Todos os seus bens deverão ser confiscados em benefício da comunidade muçulmana.

5. O que diz a Bíblia?
A teimosia dos eclesiásticos dos séculos XVI e XVII em rejeitar sumariamente as novas descobertas científicas trouxe males sem conta à sua própria igreja, porque à medida que a ciência começou a provar aquilo que à religião parecia absurdo, esta mesma religião começou a ser contestada por eminentes escritores seculares que passaram a ver nela um mal social e um entrave ao desenvolvimento cultural das massas. Em outras palavras, admitia-se abertamente fosse a religião inimiga da ciência.
Mas o pior de toda essa crise era que as investidas contra a religião acabavam tendo por alvo a Bíblia Sagrada, considerada pelos partidários da evolução científica a base da teologia escolástica medieval, pois quanto maior foi o surto científico tanto maior foi também o ataque aos ensinos da Escritura. Esta, todavia, jamais apoiou os erros dogmáticos de que estava eivada a doutrina romanista.
Aliás, foi precisamente ao entrar no terreno da interpretação da Bíblia, buscando nela apoio para as novas idéias cosmogônicas, que Galileu caiu em desgraça. Com as opiniões ainda se dividindo entre os sistemas Ptolomaico e Coperniano e com a livre interpretação das Escrituras trazendo tantos incômodos à Igreja Romana, a época não se mostrava favorável a que o célebre astrônomo pleiteasse o abono da Bíblia às suas conclusões, adentrando assim um terreno que não era da sua especialidade, segundo o clero católico.
Todavia, mesmo em sua linguagem peculiarmente religiosa, percebem-se nas páginas da Bíblia insinuações diversas em apoio a fatos comprovadamente científicos. Jó, depois de observar o infinito, desabafa-se maravilhado: “E tudo isso não é senão uma borda de suas obras”. Mais adiante, na carta aos Hebreus, afirma a Escritura: “Pela fé conhecemos que os mundos foram formados pela Palavra de Deus” (Jó 26.14; Hb 11.3).
Portanto, embora se servindo de linguagem singela e vulgar, a Palavra de Deus, longe de apoiar os extravagantes erros do passado, contém informações científicas preciosas, até mesmo mais atualizadas do que a atual ciência moderna.

5. O encantamento das serpentes.
É maravilhoso como alguns fatos, anunciados hoje como resultado de recentes pesquisas, podem ser tão antigos como a própria Bíblia.
Os ímpios se desviaram desde o seio materno, desde o ventre já falam mentiras; têm veneno como veneno de serpente, são como víbora surda, que tapa os ouvidos para não ouvir a voz dos encantadores, do mais hábil em praticar encantamentos (Sl 58.4-6, Bíblia de Jerusalém).
Comentando o texto acima, afirma o Padre Antônio Pereira de Figueiredo em sua tradução clássica das Escrituras:
Tudo o que o salmista diz neste verso, e no seguinte, sobre o taparem as serpentes as orelhas à primeira voz que ouvem do encantador, e sobre os artifícios de que este se vale para encantá-las, deve-se entender num sentido popular e segundo as opiniões que então corriam e ainda hoje correm entre o comum dos homens, sem que daqui precisamente se possa afirmar o assunto como indubitável, nem que a natureza desse às serpentes o instinto de taparem as orelhas, nem que caiba nas forças naturais do homem podê-las encantar, e muito menos que seja lícito o uso da arte mágica.
Porque os escritores sagrados, ainda que cheios de luz sobrenatural e infalíveis pelo que toca aos mistérios da religião, à doutrina dos costumes e à narração dos fatos históricos por eles atestados, nas matérias, contudo que concernem à natureza física das coisas, nas comparações, nos modos de falar, costumam ordinariamente explicar-se por termos populares, supondo até as preocupações e falsas crenças do vulgo, para se acomodarem à capacidade de luzes de cada um. Deste assunto é digníssima de se ler a dissertação de Calmet, que tem por título: “Sobre os encantamentos das serpentes, de que se fala no Salmo 58”.

6. As cobras não são surdas?
Em que pese a autoridade do erudito tradutor da Bíblia, suas objeções estão sendo refutadas pela ciência moderna. É o que afirma o seguinte artigo publicado na imprensa paulista:
A Bíblia é inesgotável manancial de conhecimento e sabedoria. À medida que uma pessoa esteja familiarizada com ela e a entenda, nessa mesma medida encontrará nela tanta verdade, beleza e conforto que não ficará facilmente perturbada pelos ataques feitos contra a Palavra Santa pelos “cientistas”, agnósticos, etc.. Tal, pessoa sabe também que ao passo que a Bíblia não pretenda ser um livro de ciência materialista, é, todavia, científica no mais verdadeiro sentido da palavra.
Um caso em que a Bíblia se provou verdadeiramente científica, muito embora fosse de encontro à oposição prevalecente, diz respeito à habilidade de a serpente ser encantada. A respeito disso a “Times” de Nova Iorque, de 21 de janeiro de 1954, diz (continua o artigo): — São as cobras pela música encantadas? Os humoristas não raro mostram monstruoso réptil se agitando de um lado para outro em frente a um encantador de serpentes que maneja um instrumento musical. Os zoólogos têm zombado disso. — ‘As cobras não dispõem de um sentido altamente desenvolvido de audição’ — alguns afirmavam. Outros mantiveram que as cobras são surdas como uma pedra. ‘Como poderiam as serpentes ser encantadas pela música?’.
David I. Macht, pesquisador e farmacólogo do Hospital Monte Sinai em Baltimore (prossegue a citação do ‘Times’), é uma das principais autoridades do mundo sobre o veneno da naja. (O veneno da naja é um remédio aceito em distúrbio de sangue, por exemplo). Ele informou que, ao trabalhar com najas e seu veneno, familiarizou-se com diversos médicos hindus, bem instruídos e de diferentes partes da Índia. Todos concordavam em que as najas reagem a certos sons de flautas e pífaros musicais.
“Algumas formas de música excitam os animais mais do que outras”, informavam os médicos. “Avisa-se as crianças indus que vivem no interior do país e que brincam no escuro, a que não cantem para que os seus sons não atraiam najas”, disse ele. Macht comentou que Shakespeare, quando repetidas vezes se referiu às serpentes como surdas, como em Rei Henrique VI, parte 2, ato 3, cena 2: “O que, és tu como a surda serpente de cera?”, simplesmente repetira um erro comum.
Por outro lado, disse o sr. Macht, o salmista estava certo ao dar a entender por sentido inverso, no Salmo 58, que as serpentes podem ouvir: “Têm veneno semelhante ao veneno das serpentes; são como a víbora surda, que tem tapado os seus ouvidos, para não ouvir a voz dos encantadores, do encantador perito em encantamentos”. Contrário às afirmações de alguns naturalistas, o sr. Macht disse que as cobras são encantadas pelos sons do encantador.
“Revisem-se os livros”, recomendam os médicos. Mas não há necessidade de revisar a Bíblia[21].

7. Outras revelações da Bíblia.
De outro periódico secular extraímos ainda a seguinte nota:
Há tempos que os críticos vêm sustentando que o procavia — um grande coelho de orelhas curtas, sem rabo — não é ruminante, conforme é indicado em Lv 11.5 e Dt 14.7. Recentemente, a classificação feita na Bíblia do procavia foi vindicada. O zoólogo Humbert Hendrichs, ao observar os procavias no Jardim Zoológico Hellabrunn, notou que tais criaturas executavam movimentos peculiares de mastigação e engolimento. Ele descobriu que os procavias mastigam o alimento durante vinte e cinco a quarenta minutos cada dia, usualmente durante a noite.
O jornal alemão “Stuttgater Zeitung” comentou sobre a descoberta: “Embora este fato fosse desconhecido da zoologia consagrada, não é novo. No capítulo 11 de Lv poderá se encontrar...”.
Assim, fatos conhecidos há milhares de anos podem cair no esquecimento, e ser anunciados como últimos resultados de pesquisas.
O patriarca Jó, no capítulo 39, versículo 29 de seu livro, mencionam a visão aguçada da águia.
Esta declaração se harmoniza com o que tem sido descoberto pelos cientistas. Rutheford Platt observa: “E encontramos os olhos campeões no mundo animal: os olhos da águia, do abutre e do gavião, os quais são tão aguçados que olhar para baixo, da altura de uns trezentos metros no ar, e avistar um coelho ou um galo silvestre meio escondido no mato. A vista aguçada é causada pelo reflexo do objeto que cai sobre um denso grupo de células pontudas em forma de cone”[22].

Estes exemplos são apenas alguns dos muitos que ilustram a História Natural e confirmam a exatidão da Bíblia.


VI. Testemunhos da Ciência Médica.
Olhar o coração é como olhar para um céu estrelado! Em tudo vejo a mão de Deus, e a Ciência Médica, no meu entender, aponta para uma Inteligência, um Ser Criador muito superior a nós.
Verdade central da Bíblia, Cristo crucificado não é apenas a aterradora visão da hediondez do pecado humano; é também a mais sublime manifestação do insondável amor de Deus.
Entre as diversas inovações cristológicas dos primeiros séculos, destaca-se, pela oposição que encontrou no seio da cristandade, o monofisismo, negador da natureza humana de Jesus. É fácil perceber as implicações gravíssimas de tal doutrina relativamente aos ensinos da Bíblia Sagrada. Se Cristo viveu, sofreu, morreu e ressuscitou apenas como Deus, então não era Ele o Filho do Homem — condição indispensável para ser nosso substituto no Calvário e verdadeiro exemplo (Jo 1.14; 1Jo 4.2).
A heresia monofisista recebeu um duro golpe no Concílio de Calcedônia, em 451, quando o papa Leão Magno enviou aos conciliares uma exposição da fé cristã no que diz respeito à Pessoa do Senhor Jesus, na qual o dogma cristológico ficou assim definitivamente expresso:
Ensinamos unanimemente que há um só e mesmo Filho, nosso Senhor, perfeito em sua divindade e perfeito em sua humanidade, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, composto de alma racional e de corpo, consubstancial ao Pai segundo a divindade e consubstancial a nós segundo a humanidade, semelhante a nós em tudo, exceto o pecado[23].

“Esta é a fé dos apóstolos! Todos nós assim cremos. Os que têm a fé verdadeira assim o crêem! Anátema ao que assim não crê...”; foram algumas das extasiantes exclamações do grande auditório.
1. Calcanhar de Aquiles.
Embora os monofisistas existam hoje em número reduzido, excetuando-se os cinco milhões de coptas egípcios, a morte vicária de Cristo tal como no-la descreveram os Evangelhos, tem sido negada por filósofos ateus e teólogos modernistas. Tanto estes como aqueles têm dirigido seus ataques ao que entendem por calcanhar de Aquiles do cristianismo: a divindade e humanidade de Cristo. Alguns, seguindo a escola alexandrina do século IV, procuram reduzir ao mínimo o sofrimento e a historicidade do Nazareno. Outros, mais racionalistas, admitem a morte histórica de Cristo, mas negam-lhe, no entanto, a ressurreição.
Para Davi Frederico Strauss, a ressurreição de Cristo não passa de um mito, assim como são igualmente mitos os feitos prodigiosos do Filho de Deus e dos apóstolos. Ernesto Renan ensinou que o Senhor Jesus não ressuscitou e explica assim a experiência de Maria Madalena na manhã da ressurreição: “Ela amava ardentemente a Jesus e por isso pareceu-lhe vê-Lo redivivo junto ao sepulcro. Essa fantasia contagiou outras mulheres piedosas e os apóstolos, levando-os a apregoarem-No e até mesmo a morrerem por esta fé...”.
Finalmente, afirma o patriarca do racionalismo teológico, Henrique Paulus, que o corpo do Senhor Jesus realmente teve sepultura, mas não sem vida: Ele estava apenas desmaiado[24].
Respondemos a essas artimanhas com E. Stanley Jones:
Poucos dias depois da morte dEle (do Senhor Jesus), os discípulos estavam acusando os chefes de Jerusalém como responsáveis pela Sua morte, e isto faziam publicamente. Por que não podiam aqueles chefes ir diretamente ao túmulo e apontar para o corpo do Senhor Jesus? Isso resolveria tudo, para eles. Mas, não o fizeram. E por que não?
Se reiterassem a resposta tão fraca de que os discípulos haviam roubado o corpo do Senhor Jesus enquanto os soldados dormiam, a resposta seria simples. Como teria os discípulos roubado o corpo sem que ninguém os visse, ou sem que ninguém denunciasse o fato? Havia entre eles muitos duvidosos; acaso estes não divulgariam o terrível segredo do roubo, acusando os discípulos de enganadores? Através dos séculos nada apareceu.
Além disso, agiram dali em diante os discípulos como pessoas que ocultavam um culposo segredo, como indivíduos que proclamavam uma grosseira mistificação e que viviam estribados numa mentira? Pareciam eles arrebatadores de corpo, vivendo dum cadáver? Se assim, seus rostos de hipócritas e trapaceiros os condenariam.
E mais — o culposo segredo acabaria comendo e carcomendo suas mensagens. Tais mensagens morreriam aos ouvidos do mundo, e a mentira também morreria. Mas, tais homens, ao contrário, mostravam-se radiantes e eram irresistíveis. Quando perseguidos, alegravam-se e riam; cantavam nas cadeias, e, sorrindo, caminhavam para a morte. Por causa de quê? Duma mistificação, duma mentira? Ora, é claro que mistificações nunca produzem aleluias, e nem um cadáver jamais produzirá vidas transformadas. Semelhante produz semelhante[25].
2. Nascimento do Senhor Jesus: um milagre biológico.
É possível encontrar algum testemunho da ciência médica acerca do nascimento virginal do Senhor Jesus? O milagre de Seu nascimento não está isolado na Bíblia e na História, mas faz parte de uma longa série que precedeu a encarnação e ainda não terminou.
Não é correto isolar qualquer evento sobrenatural narrado na Escritura e analisá-lo à parte, pois cada um deles tem de ser compreendido num amplo contexto. Assim, no caso do Senhor Jesus, não é possível uns milagres e rejeitar outros. Se milagres precederam a Sua Vinda ao mundo, se milagres ocorreram em Seu ministério e em Sua morte e ressurreição, e se milagres ainda ocorrem hoje e ocorrerão no futuro, estamos diante de algo totalmente fora do alcance da razão humana. Sem dúvida, Deus é um Deus de milagres, e só podemos conhecê-Lo e ao Seu plano pela fé.
Entretanto, o Dr. A. Denison, em artigo publicado num periódico de Lisboa, analisa o nascimento do Senhor Jesus do ponto de vista da Medicina e da sua experiência cristã:
Como médico, observo a paisagem humana do consultório, da sala de cirurgia, da seção de cuidado intensivo, das enfermarias hospitalares, e fico deslumbrado. Cada batida do meu coração, cada movimento dos meus pulmões faz-me ponderar a profundidade, o mistério, o encanto da vida. Até mesmo na atmosfera macabra do necrotério, ao fazer o patologista a autópsia, fico impressionado pela complexidade sobrenatural do corpo humano. Jamais será igualado por qualquer computador. Jamais poderia ter sido criado por alguém, a não ser Deus.
Quando considero, portanto, o milagre do nascimento virginal de Jesus Cristo, conforme afirma a Palavra de Deus, não fico confuso. Disse Agostinho que se cada um crer no que melhor lhe aprouver do Evangelho, e rejeitar o que não lhe agrada, crê então em si mesmo, e não no Evangelho. No magnífico trecho de Mt 1.18-20, encontramos a evidência inalterável do nascimento virginal de Jesus. Os que rejeitam a evidência canônica e histórica do Seu nascimento invulgar têm um Deus em miniatura.
O Nascimento Virginal foi um milagre especial através do qual o eterno Filho de Deus se revestiu da natureza humana, completa e genuína, nascendo de uma mulher sem abandonar, contudo, a Sua régia natureza divina. O Nascimento Virginal tem sua racionalização na Encarnação, e esta a sua racionalização no drama do amor comprometedor e da redenção pessoal. Negar o Nascimento Virginal é banir a Encarnação — o processo divino sublimemente concebido pelo qual o Cristo (a forma grega do hebreu Messiah), o Consagrado, entrou na história, como parte da humanidade, para salvar o homem do pecado.
A doutrina bíblica do Nascimento Virginal é única na cultura humana. É um milagre biológico. Têm-se discutido a hipótese do Nascimento Virginal haver sido apenas mais uma lenda mitológica, como as histórias pagãs de heróis que eram metade Deus e metade homem. Sem exceção, as histórias pagãs, com as quais se ousou a comparação, pressupõem a coabitação de um deus com um ser humano. Para nós, todavia, Ele é supremamente cativante; é o Emanuel — Deus conosco. No grego, a expressão “Deus conosco” é oriunda da Versão dos Setenta de Is 8.8, sendo tradução do hebraico Emanuel.
Os que lutam contra o sobrenatural mencionam várias analogias no mundo biológico como explicações naturalistas possíveis deste evento supremo. Cita até a partenogênese, a reprodução em animais inferiores sem a fertilização masculina, uma reprodução unissexual. Aventa-se a inseminação artificial, técnica difícil de admitir naquela era. Avança-se ainda mais, com a especulação de que do estímulo mecânico ou químico de um óvulo pode resultar a reprodução. Os ovos do ouriço do mar podem ser induzidos quimicamente à reprodução.
Mas tal observação não se apóia em qualquer experiência humana. Diante de um Deus onipotente, criador original do corpo humano e do cosmos, os problemas de milagres e do sobrenatural desaparecem. Deus poderia fazê-lo. Deus, na verdade, o fez. A doutrina cristã da divindade dificilmente permite o conceito de um Senhor limitado, tolhido, semipotente, semideus.
O Nascimento Virginal é proclamado de maneira explícita nos dois primeiros capítulos do Evangelho de Mateus e nos três primeiros de Lucas, um médico. O testemunho de Mateus acerca da genealogia do Senhor é apresentado inteiramente do ponto de vista de José, marido de Maria, enquanto o de Lucas segue a linhagem de Maria. A genealogia em Mt 1.1-16 pode ser muito bem a de José, pois Jesus, nascido e criado em sua casa, era legalmente seu filho.
Quando Josefo, o grande historiador judeu, escreveu sua biografia, iniciou-a com a sua linhagem pessoal que encontrou, segundo nos informa, em documentos públicos. Os judeus davam grande importância à pureza da linhagem. “Jesus Cristo, o filho de Davi, o filho de Abraão”, possuía antepassados ilustres. Adoramo-lo como “Rei dos reis, e Senhor dos senhores”.
Duas vezes nos Evangelhos o milagre da concepção sem precedentes de nosso Senhor é atribuído ao “Espírito Santo”. Ousaremos nós contestar a autoridade divina do Espírito Santo, pondo em dúvida que o Senhor Jesus foi concebido sem pecado, e da mais  sagrada forma imaginável?
A expressão “Espírito Santo” é característica exclusiva do Novo Testamento, onde aparece mais de 80 vezes. Nossas mentes dirigem-se para quando as palavras nos vinham de muito longe no espaço: “...o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas”. Compreendemos que o Espírito é o criador do mundo e concessor da vida. Verificamos que em hebraico (ruach), como no grego (pneuma), a palavra para respiração e espírito é a mesma. Não admira, pois, que Jó exclamasse: “O Espírito de Deus me fez; e a inspiração do Todo-poderoso me deu vida” (Jó 33.4).
Passemos à magnificência desta doutrina. São Mateus começa e termina o seu primeiro capítulo com o Nome que é acima de todos os nomes — Jesus. Duas vezes o nome é ligado a outra designação; duas vezes mantém-se único em todo o Sseu poder redentor (cf. Mt 1.21).
Este título é mais usado nas narrativas dos Evangelhos, aparecendo raramente em menção direta. O nome Jesus está quase sempre ligado a outros termos, quando usado nas epístolas, mantendo-se ocasionalmente só.
As diversas designações para o Senhor, que foi concebido sobrenaturalmente, têm o apoio tanto da evidência interna como da externa. Encontramo-Lo como Jesus — aquele que nos salva. Vemo-Lo como Cristo — o Messias ou o Consagrado. Somos instruídos a chamá-Lo Emanuel — Deus conosco. Que designações monumentais, importantes e comoventes! Nossos corações estremecem ante o conceito pungente de cada título majestoso. A nossa mente e fé rejeitam qualquer origem naturalista, biológica ou ilegítima deste grande Salvador.
O trecho consignado em Mt 1.18-25 leva-nos ao apogeu da gratidão. A mensagem do Evangelho, as Boas-Novas, origina-se no coração de Deus e no ventre de uma virgem. Surpreende-nos a nossa boa sorte em havermos encontrado este Jesus, nascido de uma virgem israelense, que veio salvar o Seu povo. Ponderamos o Evangelho em toda a sua magnitude, seu encanto e majestade, sua compaixão sublime, seu poder redentor, sua capacidade de transformar vidas. Tudo se concentra numa Pessoa — o encarnado Jesus, nascido da virgem, que é Deus conosco.
Bernard Ramm resume de forma sucinta e lógica a evidência desta doutrina basilar, o milagre poderoso do Nascimento Virginal: “A evidência é teística: cremos num Deus onipotente a quem tudo é possível; é teológica: vemos o seu lugar na encarnação e esta na redenção; é histórica: temos ante nós os testemunhos de homens reputados, tanto no texto dos Evangelhos como em antigos documentos da História da Igreja. Não sinta qualquer pessoa que estará comprometendo a inteligência ou o espírito crítico, se crer no Nascimento Virginal de Jesus Cristo”.
Milagres não geram qualquer dúvida no meu coração. Assisti a muitos como médico. Eu também sou um milagre, pois o Senhor Jesus, o Redentor nascido da virgem, tomou o mais vil pecado da minha vida e pregou-o numa cruz, erguida num monte situado nas cercanias duma cidade do Médio Oriente. “... e chamarás o seu nome Jesus, porque ele salvará — médicos, dentistas, advogados, homens de negócio, trabalhadores braçais, esposas, mães, a geração moderna, os viciados em drogas, os assassinos, toda a casta de gente — dos pecados deles[26].

3. A Ciência Médica e a Morte de Cristo.
Contrariando as especulações vazias dos incrédulos adeptos da alta crítica da Bíblia, a ciência médica ao estudar os fatos relacionados com a prisão, o sofrimento e a crucificação do Senhor Jesus, confirma sua historicidade e dá mesmo a causa mortis do Filho do Homem.
O doutor R. W. Wynek, em seu magnífico livro Paixão de Cristo estudada pela ciência médica moderna, sustenta que a morte dos crucificados era provocada por câimbras tetânicas e por sufocação, entre espasmos inenarráveis e em plena consciência. A prolongada expansão dos braços — que se verifica na crucificação — reduz gravemente a função respiratória, pela desusada tensão do diafragma, assim que só isso basta para a sufocação.
É preciso notar que as mãos dos crucificados não eram firmadas no braço horizontal da cruz, atravessando as palmas com pregos, mas era trespassado o pulso, onde a resistência é mais forte, pelas robustas fibras palmares e dorsais, que unem solidamente o conjunto ósseo da mão. O crucificado, fixo pelos pregos que trespassavam o pulso, ficava com o corpo completamente suspenso, e isto devia produzir atrozes câimbras tetânicas [...].
Estas câimbras traziam uma dor muito atroz, provocada pela forte compressão das extremidades dos nervos, enquanto a circulação do sangue, devido às contrações que comprimiam os vasos, se tornava fatigante e insuficiente. Tudo isso acontecia, enquanto o executado se achava em plena posse da consciência, com uma agonia cruciante [...] À morte seguia imediatamente a rigidez cadavérica, conseqüência da expressiva fadiga dos músculos.
O evangelista João afirma que da ferida da lança saiu um fio de sangue e de água. Nenhuma estranheza deve apresentar o fato de ter saído sangue ainda fluido, porque sabemos conservar-se líquido o sangue na aurícula direita do coração dos cadáveres, mesmo depois de muitas horas após a morte. A saída da água foi explicada por Barbet como oriunda de líquido hidropericardíaco, de origem agônica. Judica, ao invés defende que o cruel tratamento da flagelação deve ter causado uma pericardite, sendo o líquido, nesse caso, efeito de suor[27].
Negar, portanto, a morte e a ressurreição de Cristo, é ir de encontro às profecias bíblicas, aos infalíveis registros históricos e às próprias conclusões da ciência médica; é recusar a dádiva divina da salvação eterna, fundamentada na Pessoa e obra de Cristo (1Pe 3.10).
O Dr. A. de Abreu Filho, cirurgião cardiologista do moderno Hospital São Salvador, em Goiânia, Goiás, fez seu curso de medicina no Rio de Janeiro e aperfeiçoou-se nos Estados Unidos durante seis anos em cirurgia torácica e cardiovascular. O texto seguinte, de sua autoria, foi extraído de uma entrevista concedida a um periódico de São Paulo.
O que tenho visto na ciência veio confirmar a Palavra de Deus, revelando realmente um Deus Criador, um Deus de detalhes, um Deus que verdadeiramente criou este Universo, pois o corpo humano é uma coisa maravilhosa! O coração é algo extraordinário! Olhar o coração é como olhar para um céu estrelado. Em tudo vejo a mão de Deus, e a Ciência Médica, no meu entender, aponta para uma Inteligência, um Ser Criador muito superior a nós.
Estudando o coração, pude sentir que Deus é uma realidade. Vi, recentemente, um filme sobre o desenvolvimento do embrião, a formação desse maravilhoso órgão. Ele começa com um pequeno tubo.
Esse pequeno tubo, sem nada dentro, sofre uma série de transformações. Sofre rotações para a direita, para a esquerda: em uma parte diminui de tamanho; na outra, aumenta; em outra parte, ainda, torce uma quantidade de graus e, dessa maneira, vai crescendo na parte posterior. Algo assim totalmente sem lógica, e que acaba transformando aquele tudo em um órgão com duas bombas extremamente complexas, com válvulas delicadíssimas que apresentam características diferentes. Foram feitas para suportar pressões diferentes. Foram programadas para lugares certos. Não foi obra do acaso, senão seriam todas iguais.
Todos os cientistas que estudam o coração sabem que ele funciona como se fosse composto de duas bombas, que apresentam uma tecnologia extraterrena. Uma das bombas funciona com alto volume-baixa pressão; a outra, com baixo volume-alta pressão. Elas são acopladas e batem ao mesmo tempo. Entre elas, existe um sistema extremamente delicado: — o sistema dos capilares do pulmão.
Qualquer coisa errada em uma das bombas faz com que esses capilares se rompam e o doente venha a morrer de edema agudo do pulmão. Assim, percebemos que esse sistema funciona com consciência de ação, pois as bombas com características totalmente diferentes, têm consciência de como devem trabalhar para que esse balanço seja mantido. Isso, por si só, aponta para uma inteligência realmente muito grande — uma inteligência que criou esse sistema de válvulas que segura o sangue nos compartimentos. Tal sistema desafia o nosso entendimento.
O homem — continua o Dr. Abreu — nunca foi capaz de produzir essas válvulas, apesar de todo o avanço da ciência moderna, que permite ir à Lua e ao espaço sideral. As válvulas produzidas pelo homem são boas, mas muito diferentes daquela que foi programada e preparada para trabalhar dentro do coração. Isto é um desafio a toda tecnologia sofisticada e à ciência moderna.
Interrogado sobre o que é mais impressionante no coração humano, respondeu o cardiologista:
“É o sistema elétrico que o coração tem em si mesmo. Ele possui uma bateria que produz os estímulos de acordo com a necessidade do indivíduo. O coração tem uma consciência da necessidade. Isso também é programado e, conforme a necessidade, o estímulo elétrico que faz o coração bater é aumentado. À noite, quando o indivíduo está dormindo, esse estímulo é diminuído ao mínimo. Esse mecanismo é chamado esterises e trabalha de tal maneira que há uma economia de energia no coração”.
O sistema tem consciência de que o organismo está em repouso e que a necessidade de estímulo é menor. Essa pilhazinha — que é do tamanho de um grão de feijão — tem a função de fazer o coração bater 60 ou 80 vezes, ou até 150, 180 ou 200 vezes por minuto. Dessa pilha sai um sistema elétrico principal, que se abre em três ramos secundários e, depois, numa rede elétrica. Através dessa rede corre o impulso elétrico que é o que detectamos no eletrocardiograma.
O que impressiona, realmente, é que quando acontece uma doença, e esse fio principal é queimado, o coração não para porque existem, no próprio músculo cardíaco, microscópicas fontes de energia elétrica que ali foram colocadas, mas ninguém sabe onde elas estão.
Essas fontes são minúsculas pilhas de reserva que substituem, realmente, a pilha principal, em caso de acidente ou doença. Elas produzem eletricidade suficiente para manter o coração batendo lentamente, dando condições ao doente de manter-se com vida em situações delicadas, para que o médico possa fazer a cirurgia.
Acho todo esse mecanismo uma das maiores maravilhas que podem acontecer, e nenhum computador pode dizer que isso é obra do acaso, pois foge totalmente à nossa compreensão. Isso faz com que se aceite, sem reservas, o fato de que o homem foi criado por Deus. E está de acordo com o que eu vejo lá em cima, numa noite estrelada, a maravilha que é o céu, e as coisas em volta de nós, as quais nos provam a existência de Deus, como diz o apóstolo Paulo na Carta aos Romanos.

Acerca da Teoria da Evolução, explicou o Dr. Abreu:
Quando células microscópicas se unem (essas células nada mais são do que água e sais minerais) e se desenvolvem, com um poder que só podemos afirmar ser o poder de Deus, elas se transformam em um ser vivo, em uma pessoa com cérebro, com olhos, com nariz, com um coração tão complexo e tão bonito, com o jeito da mãe, com os olhos do pai, com o andar do avô, com características de temperamento de um dos parentes. Coisas como essa a gente nunca tem condições de explicar, senão como o milagre da criação feita pelo poder de Deus.
Por essa e por outras razões não posso, jamais, crer na evolução. Sei que Deus poderia ter criado o homem por evolução, mas Ele, que tem o poder de criar esse universo todo, desde o elemento microscópico ao cosmo, tem o poder de criar o homem como criou.
A Teoria da Evolução existe para justificar o pensamento daqueles que não crêem em Deus. Não crendo em Deus, precisam de uma explicação sobre como surgiu o homem. Não sou contra a existência da Teoria da Evolução; eu simplesmente não creio nela. Aceitar o homem como produto da criação implica na aceitação da existência do Criador, do Juízo Final, da Palavra de Deus. Então, o que muita gente procura é fugir da realidade de um dia ter que prestar contas ao seu Criador[28].










Soli Deo Gloria!









[1] Folha da Tarde, São Paulo, 25 de maio de 1980.
[2] Cit. da Folha da Tarde, São Paulo, 2 de junho de 1980.
[3] O côvado era uma medida linear de cerca de 45 centímetros.
[4] A NVI diz: “Você, porém, fará uma arca de madeira de cipreste; divida-a em compartimentos e revista-a de piche por dentro e por fora. Faça-a com cento e trinta e cinco metros de comprimento, vinte e dois metros e meio de largura e treze metros e meio de altura.” (Gn 6.14,15).
[5] Mesquita, A. Neves, Estudo do Livro de Gênesis, Rio, JUERP, 1979, p. 139.
[6] Revista "Mensagens de Esperança", Casa Publicadora Brasileira, São Paulo, sem data.
[7] s.m. 1. Fís. Hipotético fluido cósmico extremamente sutil, que enche os espaços, considerado como agente de transmissão da luz, do calor, da eletricidade etc. 2. Quím. Líquido aromático, incolor, extremamente volátil e inflamável [(C2H5)2O], que se produz pela destilação de álcool com ácido sulfúrico; éter sulfúrico. 3. Classe de compostos orgânicos formados por dois radicais de hidrocarboneto ligados ao mesmo átomo de oxigênio. 4. Os espaços celestes. — É Sulfúrico: éter, acep. 2.
[8] Palavras do Primeiro Ministro Britânico, Sir Winston Churchill.
[9] Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 13 de setembro de 1979.
[10] Novas de Alegria, Portugal, março de 1954.
[11] Harry Rymmer, A Ciência Moderna e as Escrituras Sagradas, Casa Editora Presbiteriana, São Paulo, 1943, p. 144.
[12] Jornal “Luz nas Trevas” (órgão da Igreja Batista Independente, edição de julho de 1963).
[13] Enciclopédia Universal da História, Editora Pedagógica Brasileira, Vol II, p. 426.
[14] Salim, Ciência e Religião, Editora Vozes Ltda., Petrópolis, 1949, p. 62.
[15] Gênesis, Introdução e Comentário, Editora Mundo Cristão, São Paulo, 1979, p. 55.
[16] Correio do Povo, Porto Alegre, RS, edição de 18 de outubro de 1978.
[17] Atos 7.22.
[18] Weekly World News, Lantana, Flórida (Vol. 17, número 31), edição de 30 de abril de 1996.
[19] Cit. por Horta Barbosa em História da Ciência, p. 98.
[20] Cit. por Folha de São Paulo, de 13 de janeiro de 1980.
[21] Jornal Folha da Tarde, São Paulo, 11 de dezembro de 1978.
[22] Jornal Diário do Grande ABC, Santo André, São Paulo, 8 de junho de 1979.
[23] Cristiani, Monsenhor, Breve História das Heresias, Editora Flamboyant, São Paulo, pp. 40,41.
[24] Cit. por Riolando Azzi em Ascensão ou decadência da Igreja?, São Paulo, p. 59.
[25] Jones, E. Stanley, O Caminho, Imprensa Metodista, São Paulo,1984, p. 317.
[26] Revista “Novas de Alegria”, Lisboa, Portugal, dezembro 1974.
[27] Revista "Novas de Alegria", Lisboa, Portugal, dezembro 1974.
[28] Jornal Palavra da Vida, São Paulo, Ano XII, nº 48, 1976.