Não creio mais em Deus!

Vez por outra eu ouço a expressão “não creio mais em Deus”, feita por pessoas que freqüentaram alguma denominação de ideologia cristã. Seja ela Igreja histórica, seita cristã, igreja tradicional, pentecostal, neopentecostal, liberal, reformada, ou fundamentalista. Em regra geral o que leva algumas pessoas a declarar abertamente NÃO CRER MAIS EM DEUS, tem suas raízes na decepção quanto a realização de algum de seus desejos, ou porque algo saiu contrário às suas expectativas.

Tal expressão revela o analfabetismo bíblico da maioria dos cristãos da atualidade. O verdadeiro Cristo da Bíblia é pouco pregado. O genuíno Evangelho da graça de Deus já não motiva tanto os crentes atuais. A conversão verdadeira parece estar distante de muitos que levam o nome de cristãos e os números ofuscam a realidade.

As doutrinas elementares da fé são negligenciadas diariamente em detrimento de uma mensagem mais espetacular. De fato, a mensagem da cruz não tem nada de espetacular; o mesmo não se pode dizer da ressurreição.     
O que encanta mais da metade dos chamados “cristãos” na era atual, são as promessas no campo da prosperidade financeira, curas miraculosas, ascensão profissional, enfim, o EVANGELHO DA BARGANHA no qual Deus é quem se responsabiliza por cumprir o que ditam os ministros dessa nova tendência.

Alguém certo dia me perguntou se o Evangelho perdeu a força, pois segundo ele eu não acredito no poder do evangelho para realizar as promessas supracitadas. O evangelho nunca perdeu e jamais perderá sua força, ele sempre será o PODER DE DEUS PARA A SALVAÇÃO de todo aquele que crê. No entanto, não creio que o evangelho seja fonte de renda para seus propagadores.
   
Deus levantou ministros sérios para dar continuidade à mensagem da graça salvífica, mas nos alertou por meio do apostolo Paulo da chegada dos falsos apóstolos e ministros que usariam do evangelho com ganância para aumentar seus dividendos.

O LADRÃO VEM SOMENTE PARA ROUBAR MATAR E DESTRUIR! João 10.10

Alguns ensinam errôneamente que Jesus nessa passagem, fazia referencia a Satanás, quando na verdade ele nos advertia dos falsos mestres que introduziriam dissimuladamente mensagens destruidoras no seio da igreja.  
Vemos hoje a falta de base doutrinaria, não somente nos recém convertidos, mas até mesmo em crentes de mais idade, e tal deficiência se manifesta quando decepcionados, tais cristãos declaram não acreditar mais em Deus como se o ato de crer fosse algo de fácil manipulação nossa.

Quando algo sai como se espera o indivíduo fala: Deus é bom, graças a Deus, muito obrigado, Deus é fiel, etc. Porém, quando algo sai errado, declara-se não crer mais em Deus. A FÉ conveniente.

Quando eu desplugo o cabo de força de minha TV ela para de funcionar, mas geralmente quando faço isso, é porque não a quero funcionando, quando novamente a desejo em funcionamento, eu a plugo na tomada para que a corrente elétrica a alimente de energia e assim volte a funcionar.

A crença em Deus não funciona nesses termos. Não é uma espécie de tomada que pode ser plugada quando se deseja crer, ou desplugada quando se está chateado com Deus e decide deixar de crer. O ato de crer em Deus assemelha-se a inteligência. Se alguém inteligente decide parar de ser, certamente continuará sendo inteligente, mesmo que dela não se utilize, mas a inteligência estará lá, por ser algo inerente ao ser humano.

Jamais uma pessoa que chegou a crer genuinamente em Deus, deixará de crer.

A arte de vencer se aprende nas derrotas.
SIMON BOLÍVAR